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sábado, 29 de dezembro de 2007

Construindo pontes para o evangelho 1

Construindo pontes para o evangelho

John A. Studebaker

Traduzido e adaptado por Leandro Teixeira
Artigo original pode ser encontrado aqui.

Como cristãos, somos chamados por Deus para ser embaixadores dEle. Agora esta é uma descrição completa do trabalho! A fim de cumprir nossa tarefa gloriosa, entretanto, nós teremos que saltar de nossos isolados círculos cristãos e aprender como atravessar o abismo entre a igreja cristã e o mundo de hoje.

O que é um construtor de pontes?

Na faculdade eu recebi um diploma em engenharia civil. Nas aulas nós aprendemos como desenhar uma das mais importantes estruturas do nosso mundo – pontes. Pontes são fascinantes, eu penso, porque elas são construídas para juntar coisas – porções de terra, estradas e pessoas.

Eu acho minha vida cristã excitante pelo mesmo motivo – porque agora eu me tornei um construtor de pontes para Cristo. Naturalmente, Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2:5); mas, agindo debaixo de Sua autoridade, os cristãos têm o privilégio de construir pontes também. Que tipos de pontes ainda restam para ser construídas? Não-cristãos freqüentemente têm barreiras que os defendem de considerar Cristo: barreiras morais, culturais e intelectuais. Nós podemos ser suas pontes para o evangelho. Exatamente como Jesus deixou o paraíso para vir e se misturar com o mundo pecador, Ele nos deixou com uma tarefa gloriosa de penetrar criativamente no nosso mundo com as boas novas. Num sentido, então, pode não haver uma hora em que nós estejamos mais como Jesus do que quando nós estamos atravessando estas fendas culturais com o evangelho.

Como alguém se torna um construtor de pontes para Cristo? Enquanto é verdade que nós precisamos conhecer teologia e a mensagem do evangelho, nós devemos também compreender que os não-cristãos crêem, como eles pensam, e como eles têm sido impactados com a cultura atual. E então, como embaixadores de Cristo, nós nos tornamos a ponte entre a igreja e o mundo pela comunicação do evangelho dentro do contexto da experiência do não-cristão.

Eu penso que a maioria das pessoas hoje vê o ministério transcultural como algo executado por uma nação estrangeira. Mas a América hoje se tornou muito secular, desenvolvendo uma cultura de individualismo em um sentido ideológico – alguém muito diferente da cultura da igreja. Então, hoje, nós precisamos visualizar nossa cultura americana como uma oportunidade de ministeriar transculturalmente! Nós fazemos isto pela investigação das visões de mundo da nossa cultura. De acordo com David Hesselgrave, no seu livro Communication Christ Cross-Culturally, “compreender outras visões de mundo (ou sistemas de crenças) é o ponto de partida para anunciar o evangelho”(1). Mostrando uma compreensão e um interesse nas crenças de outras pessoas, nós ganhamos credibilidade e integridade perante aquela pessoa – e provavelmente um ouvinte da mensagem cristã.

Em uma oportunidade, por exemplo, eu estava compartilhando Cristo com um estudante chinês. Após ouvir atentamente por 45 minutos sua crença no Taoísmo, e fazer várias questões, ele finalmente me perguntou. “No que você crê?”. Que abertura para compartilhar o evangelho! Como nós aprendemos a investigar as visões de mundo de nossa cultura, nós estaremos ajustados para nos divertir falando com não-cristãos.

Um construtor de pontes é alguém que tem feito um compromisso em entender pessoas com diferentes conhecimentos e crenças a fim de fazer o cristianismo relevante para estas pessoas. A fim de se tornar um construtor de pontes, entretanto, nós temos de passar por um processo – um que nós veremos neste panfleto. Primeiro, nós precisamos examinar o problema do isolamento encontrado em muitas igrejas hoje. Então nós olharemos o modelo de ministério de Cristo o qual supera nosso isolamento. Em seguida, nós encontraremos como nossas vidas podem construir pontes para o mundo. Finalmente, nós veremos a necessidade da educação a fim de construir pontes melhores.

O problema do isolamento

Imagine estar recebendo uma ligação informando que você foi escolhido com embaixador americano na China. Você considerará isto uma completa honra! Como você se prepararia para esta tarefa? Você poderia querer fazer um estudo radical da cultura e costumes chineses. Se você simplesmente disser, “Sem problemas, Eu sou um americano!” e negligenciar este estudo, você mesmo verá que será um embaixador muito pouco eficiente.

Agora imagine que Cristo chamou você, como um americano, para ser Seu embaixador na América. Como você se prepararia para isto? Bem, de fato é para isto que Cristo nos chamou (2 Co 5:20). Mas e se nós disséssemos “Sem problemas, eu sou um cristão!”, porém negligenciando qualquer tentativa de conhecer nossa própria cultura?

Surpreendentemente, isto é o que muitas pessoas na igreja hoje tem feito. Alguns crentes têm realmente evitado qualquer ligação com o mundo. Jan Johnson no seu artigo no Moodly Monthly intitulado “Escaping the Christian Ghetto” – Escapando do Gueto Cristão – chama estas pessoas de “cristãos toca de coelho”. De acordo com Johnson, “Na manhã eles extinguem a segurança das suas casas cristãs, segurando seus fôlegos no trabalho, apressando-se para ir para casa, para suas famílias e então livres para seus estudos bíblicos, e finalmente terminam o dia orando pelos não-crentes a quem eles cuidadosamente evitam por todo o dia”(2).

Na antiga América, os cristãos se divertiam discutindo filosofia e teologia com os crentes e os descrentes da mesma forma. A Nova Inglaterra era uma comunidade que nutria a atividade intelectual. Seus jovens, por exemplo, estudavam os clássicos e a Bíblia hebraica com profundidade.

Os cristãos de hoje, contudo, são constantemente vistos pelo mundo como antiintelectuais, como pessoas que tem negligenciado suas mentes a fim de se tornarem “espirituais”. Mas com esta mentalidade, nós somos incapazes de tratar os assuntos críticos dos nossos dias, e então nossa cultura começa a procurar respostas em outros lugares: no humanismo secular, por exemplo.

Qual é a raiz desta separação intelectual? Bem, muitos crentes hoje mantêm uma visão pietista da vida cristã. O Pietismo surgiu a partir de 1800, mas tinha uma clara deficiência. De acordo com Francis Schaeffer, “era platônico naquilo que fazia uma aguçada divisão entre o ‘mundo espiritual’ e o ‘mundo material’. A totalidade da experiência humana não estava dando-se ao luxo de um lugar apropriado”(3).

Esta visão pietista da vida cristã, eu penso, não se aproxima da vida real fora da experiência cristã de muitas pessoas. Isto é porque a espiritualidade de alguém nunca se afasta suficientemente de integrar-se com o mundo real. Nós ainda terminamos tentando ser bons cristãos, mas muitas áreas de nossa humanidade são deixadas de lado. Nem mais parece muito atrativo para aquelas primeiras a investigação da fé, da mesma forma. De fato, alguns descrentes se assustam!

Como nós mudaremos este padrão? Nós devemos remover esta aguçada divisão procurando como nossa vida espiritual funciona no mundo físico, desenvolvendo uma visão de mundo bíblica. Como nós aprendemos aplicar a fé cristã a nossa própria vida e mundo, nós nos tornamos aptos para falar aos descrentes como aplicar às suas também, e isto abre portas para o evangelho. Mas sem uma fé bem fundamentada nós não nos sentiremos à vontade em submeter nossa mensagem dentro do mercado das idéias modernas, e então nós ficaremos isolados. O que nós realmente precisamos é um modelo para construir pontes dentro da complexidade da cultura atual, um que faça o cristianismo relevante para as vidas das pessoas reais. Cristo mesmo providenciou este modelo numa forma absolutamente maravilhosa. Qual é este modelo?

O modelo de contextualização de Cristo

O modelo é baseado no caráter de Deus. A Bíblia apresenta para nós um Deus que continuadamente procura o homem entrando no contexto cultural dele. No Novo Testamento nós primeiramente vemos Deus procurando o homem tomando uma “forma contextualizada” – aquela de um homem. Contextualização significa identificar-se com a parte oposta e requer quebrar barreiras culturais a fim de estabelecer comunicação.

Através da encarnação de Cristo, Deus atravessou uma larguíssima “fenda cultural” para encontrar o homem, e identificar-se com o homem, por verdadeiramente se tornar um homem. Deus tomou nosso contexto, e ao fazer isto, Ele rompeu duas barreiras que impedem o homem de ter um relacionamento com Ele. Quais eram estas duas barreiras?

Primeiramente Cristo atravessou nossa barreira da humanidade. Cristo submeteu-se à carne, padrões culturais, padrões de idéias, práticas e à fraqueza associada com a humanidade. Ele deixou Seu mundo e entrou no nosso. E em segundo lugar, Cristo atravessou a barreira do pecado. Ele foi à cruz e trouxe o pecado sobre si em nosso favor, então nós devemos esquecer os nossos pecados e vir conhecer Deus pessoalmente.

Não somente Deus encontrou o homem tornando-se um deles, mas Seu compromisso em encontrar o homem continua após a morte e ressurreição de Cristo, mas tomada de uma forma diferente. Seu modelo de comunicação, uma ainda envolvendo contextualização, continua através de Seu povo. Em 2 Co 5:20 nós vemos que Deus tem chamado os crentes para serem embaixadores para Cristo. Como nós cumpriremos esta tarefa? Seguindo o modelo de Cristo, e atravessando as mesmas duas barreiras. Primeiro, nós devemos atravessar a barreira da humanidade. Motivados por Seu amor, nós também precisamos entrar no mundo dos descrentes, procurar compreender seu contexto e encontrar bases comuns. Isto significa que, sem compromisso, nós nos envolvemos com pessoas reais e suas necessidades, dores e dúvidas intelectuais. Segundo, nós precisamos ajudar as pessoas derrubando a barreira do pecado. Nós fazemos isto compartilhando o evangelho dentro do seu contexto, numa forma que faça sentido dentro de outra composição intelectual e cultural da pessoa.

De acordo com Francis Schaeffer, “[Uma missão estrangeira] deve conhecer a linguagem da forma de pensamento das pessoas para as quais alguém fala. Então é com a igreja cristã. Sua responsabilidade não é somente manter os princípios básicos e bíblicos da fé cristã, mas comunicar estas verdades imutáveis ‘dentro’ da geração na qual alguém está vivendo”(4).

Agora vamos voltar nossa atenção em como usar este modelo de construção de pontes para o evangelho que Cristo nos deu.

Nós somos as pontes de Deus

Quando não-cristãos nos encontram, qual a impressão que eles têm ao caminhar conosco? Eles simplesmente vêem outra “religião”, ou eles encontram um cristianismo que é relevante fora da igreja e dá um bom sentido racional em cada área da vida humana?

Como Cristo submeteu-se no contexto da carne humana, então nós devemos entrar no contexto do mundo atual. A base para nosso ministério, então, não é somente encontrado no compartilhamento das verdades da fé cristã, mas também na utilização da nossa humanidade como um efetivo canal para relatar estas verdades.

A igreja antiga repetidamente seguiu o modelo de Cristo construindo pontes humanas a fim de comunicar o evangelho dentro do contexto da platéia. Em Atos 17, Paulo compartilhou o evangelho com os filosóficos e politeístas gregos diferentemente do que fez com os tradicionalistas e monoteístas judeus. Ele podia fazer isto porque ele tinha uma profunda compreensão de cada cultura. Muitas vezes, no Novo Testamento, claramente indivíduos eram habilitados para construir pontes por causa da experiência cultural comum. Suas vidas reais e heranças construíram uma ponte natural. Timóteo, por exemplo, podia facilmente ministrar aos gregos em sua cidade por causa de sua descendência grega. Em outras oportunidades, contudo, não há nenhuma base comum aparente, e nós temos que aprender como os descrentes estão pensando e adaptar-se de acordo. Por exemplo, quando Paulo precisou de Timóteo para acompanhá-lo numa viagem missionária, ele tinha Timóteo circuncidado. Por quê? Porque eles estavam indo entrar em contato com os judeus a quem verificaram que a circuncisão era muito importante.

Cristo mesmo claramente submeteu-se a uma aproximação contextual para ministrar. Em João 3, Cristo confrontou Nicodemos, um mestre da lei, com algumas profundas percepções teológicas. Mas em João 4, como Jesus conversava casualmente com a mulher no poço sobre o passado imoral dela, Ele usou o poço como uma simples ilustração da “água viva” que Ele podia prover. Em cada caso, Jesus mostrou um genuíno respeito pelas experiências e conhecimentos daquelas pessoas “costurando” o evangelho apropriadamente. Do mesmo modo, um embaixador de Cristo deve mostrar o maior respeito pelas pessoas que ele está tentando alcançar, e pelos seus conhecimentos. Demonstrando um profundo conhecimento da cultura, nós ganhamos integridade e credibilidade da nossa platéia.

A chave é que nossas vidas reais são pontes, ou canais, para o evangelho. Quando Deus criou o homem, Ele deu a ele o domínio sobre o mundo (Gn 1:28). Deus estava essencialmente dando a cada pessoa a designação de mostrar o caráter dEle na terra. Como embaixadores de Cristo, Ele tem dado a cada um de nós específicas áreas onde nas quais nós podemos nos tornar canais de Seu amor e verdade e tornar estas áreas completamente dEle. Estas áreas incluem nossos talentos, obrigações, campos educacionais, habilidades, e dons espirituais. Se uma pessoa é um dono de casa, um dentista, um candidato a Ph.D., ou um fazendeiro, ele ou ela necessitam fazer um extensivo estudo considerando como a verdade bíblica provê um fundamento para aquela “plataforma” que Deus deu. Freqüentemente Ele irá mostrar a uma pessoa uma subcultura específica que somente ele ou ela pode alcançar.

A importância da educação

A fim de tornar-se um construtor de pontes entre a igreja e o mundo, nós precisamos ser educados em ambos, e também sobre como integrar os princípios bíblicos dentro da cultura de hoje. Então, tornar-se um efetivo embaixador de Cristo requer conhecimento das seguintes áreas:

Teologia

Como construtores de pontes nós primeiro precisamos desenvolver um completo conhecimento do caráter de Deus, da pessoa de Cristo e da mensagem da salvação. Como sabemos, o Espírito Santo incorpora este conhecimento em nossas vidas pessoais e ministeriais. Muitas igrejas hoje, contudo, desconsideram a importância da teologia como uma real solução para problemas de nossa nação; alguns têm adotado uma atitude antiteológica. De acordo com London e Wiseman em seu livro Pastores em Risco, “Hoje, as conjecturas mantidas por longo tempo sobre doutrinas devocionais não se aplicam mais. Menos e menos pessoas escolhem uma igreja ou continuam a tomar parte por causa do ensino bíblico ou particular tradição”(5). Ao invés disso, nós devemos desenvolver um apetite por teologia, e por se tornar teologicamente educado. Você pode querer começar lendo o livro clássico de J. I. Packer, Conhecendo Deus (6), ou outra boa obra teológica.

Antropologia

Nós também necessitamos compreender as pessoas do nosso mundo. Isto inclui a natureza bíblica do homem, as visões de mundo predominantes hoje, e como estas visões mostram suas faces na mídia atual, atitudes, educação, governo, etc. Além disso, quais são as necessidades do nosso mundo hoje? Há necessidades físicas, emocionais, intelectuais e espirituais a considerar. Mas, para discutir estas necessidades, nós devemos estar educados. Um livro que eu recomendaria é de R. C. Sproul, Lifeviews,(7) o qual ajudará não somente a entender a cultura americana de uma forma melhor, mas ajudará você a trazer a fé para dentro desta cultura.

Contextualização

Como nós começamos dialogar com descrentes dentro de nossa própria esfera de ação, nós realmente vamos aprender como usar estes espaços como canais para a verdade bíblica. Descrentes precisam ver que uma fundamentação bíblica funciona dentro de seus próprios campos de interesse antes de adotarem estes fundamentos para suas vidas inteiras. Então, nós devemos nos tornar completamente educados, relativamente aos fundamentos bíblicos de nossa própria esfera de ação, seja ela a ciência, marketing, educação, medicina, direito, educação infantil, trabalho fabril, qualquer que seja. Eventualmente você estará apto a desenvolver uma estratégia para ministrar dentro do seu campo educacional ou profissional, transformando-o num campo missionário.

Um grupo de advogados, por exemplo, poderia iniciar um programa de defesa legal para a educação cristã na área deles, ou poderia ensinar numa classe de escola dominical sobre “Uma base bíblica para a Lei e a Justiça”. Um fazendeiro poderia treinar pessoas em como iniciar um jardim, e abrir para a comunidade, relacionando princípios bíblicos. Uma equipe de médicos poderia ensinar um curso noturno de educação sexual para estudantes secundaristas e primários (incorporando as perspectivas fisiológicas, psicológicas e bíblico-morais) na igreja – e abrir para toda a comunidade. O céu literalmente é o limite.

A questão precisa ser encarada, contudo, se é ou não este tipo de educação e trabalho duro é realmente importante para nós. Porque teria a igreja perdido seu lugar como uma força dominante dentro da nossa cultura americana? Simplesmente porque os cristãos têm negligenciado este tipo de estudo – e freqüentemente a substituído com um cristianismo emocional e trivial.

Considere fazer um compromisso diante de Deus para educar a si mesmo em tal maneira um caminho como transformar seus campos profissionais e educacionais em um campo missionário. Não há nada mais emocionante que estar vivendo uma vida modelada após a encarnação de Jesus Cristo.

Notas

1. David Hesselgrave, Communicating Christ Cross- Culturally (Grand Rapids: Zondervan, 1978), p. 121.

2. Jan Johnson, "Escaping the Christian Ghetto," Moody Monthly (Nov. 1987), pp. 81-82.

3. Francis A. Schaeffer, The Complete Works of Francis A. Schaeffer, 5 vols. (Westchester, Ill.: Crossway Books, 1982), vol. 5, p. 424.

4. Ibid., vol. 1, p. 207.

5. H.B. London and Neil Wiseman, Pastors at Risk (Wheaton, Ill.: Victor Books, 1993), p. 36

6. J.I. Packer, Knowing God (Downers Grove, Ill.: Intervarsity Press, 1973).

7. R.C. Sproul, Lifeviews (Old Tappan, NJ: Fleming H. Revell, 1986)

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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A cultura do sexo livre 2

A cultura do sexo livre
Vivemos em uma época de liberdade. Pelo menos no Brasil. Não há mais censura na TV. Qualquer coisa pode ser exibida, desde que contenha uma indicação de classificação etária. Não só a TV, mas qualquer outro meio de comunicação pode ser utilizado para veiculação de notícias e propagandas. A Internet se mostrou um meio quase que democrático de inclusão. Quase porque muitas pessoas ainda não tem acesso ao computador, algumas porque simplesmente não querem, outras por não ter condições financeiras ou educacionais. Filmes, novelas, propaganda... todos estes apelam, indiscutivelmente, à sensualidade e ao sexo.

A revista IstoÉ, de julho de 2007, trouxe como matéria de capa este fato, a nova liberação sexual. O conteúdo desta reportagem é pra lá de tendencioso, desinformativo e incorreto, do ponto de vista histórico e moral.

Em todas as gerações, os jovens tiveram que se deparar com dificuldades. Um jovem do século XV teve suas dificuldades tantas quanto um jovem do século XXI. É claro que deve-se considerar que o mundo em que vivem ou viveram são diferentes, tanto a situação social quanto seus próprios anseios. O ponto ao qual quero chegar é que qualquer um de nós se deparou em algum momento com uma escolha, que de forma geral, consistia em manter o antigo, o 'tradicional' ou abdicar disto e aventurar-se por novos caminhos.

É da natureza do jovem romper com o que é 'velho'. Nos adolescentes já vemos sinais que mais tarde formarão o seu caráter quando adulto. A desobediência aos pais mostra-se nem sempre como uma constatação consciente da ineficiência do ensino destes últimos, mas como uma necessidade de autoafirmação. É a negação de qualquer influência externa, numa tentativa de encontrar a si mesmo, a sua essência.

São muitas as variáveis que influenciam no desenvolvimento de um ser humano adulto. A família, os amigos, os colegas, os professores, os patrões e a situação social, educacional e econômica são algumas dessas variáveis. Dependendo do grau de carência envolvido em cada uma delas, haverá insatisfação e uma necessidade de remediar os seus efeitos. Cada geração tentou, de uma forma ou outra, criar seu próprio método de 'libertação'. Nos anos 50, por exemplo, com o advento do Rock'n'roll, os jovens viram uma nova forma de extravasar sua energia e também mostrar ao mundo o que eles pensavam e queriam. Havia no ar uma 'pitada' de rebeldia, que veio a se intensificar nas gerações posteriores. Nos anos 60, na filosofia de 'paz e amor', os jovens de então descobriram um novo tipo de 'conforto': o uso das drogas, o sexo sem compromisso e a pacificação. A década de 70 trouxe uma preocupação maior com o corpo, o que refletiu no aumento da prática esportiva. Era um direito e uma obrigação parecer mais erótico, mais satisfatório visualmente.

Cada qual em sua geração, a juventude detectava um problema e, via de regra, culpava alguma coisa da herança de seus pais e avós por isto. O problema é a falta de liberdade de expressão? Vamos gritar palavras de ordem, escutar um novo estilo de música. O problema é o vestuário? Vamos abandonar estes padrões antigos e façamos nossa própria moda. O problema é o governo? Preguemos a anarquia. O problema é a repressão sexual? Vamos viver livremente a sexualidade, sem nos preocuparmos com o que fazemos do nosso corpo e com o dos outros.

Ignoram que algumas leis, costumes e regras foram criadas com um objetivo bem definido. Não surgiram espontaneamente. O problema é que às vezes não sabemos porque elas foram criadas. Sendo assim, já começamos o processo de aniquilação destas. Eliminar o antigo só por ser antigo. Esta é a lógica atual, que, pensam os jovens, os impede de serem felizes ou plenamente realizados. Infelizmente, já estamos colhendo os frutos desta liberação sexual: a destruição dos valores familiares, do sentido do amor real, dos laços afetivos, da confiança, do respeito e do amor-próprio, inclusive.
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terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A Matança dos cananitas 14

A Matança dos cananitas


Por William Lane Craig

Traduzido e adaptado por Leandro Teixeira.

Artigo original disponível aqui.


Questão 1:

Nos fóruns, tem havido muitas boas questões levantadas acerca do assunto da ordem de Deus para os judeus cometerem “genocídio” às pessoas da terra prometida. Como você tem colocado em alguns de seus trabalhos escritos que estes atos não se ajustam com o conceito ocidental de Deus sendo um doce papai no céu. Agora nós certamente podemos encontrar justificativas para aquelas pessoas ficarem debaixo do julgamento de Deus por causa dos seus pecados, idolatria, sacrifício de suas crianças, etc. Mas uma difícil questão é a matança de crianças e bebês. Se as crianças são jovens o suficiente juntamente com os bebês são inocentes dos pecados que a sua comunidade tinha cometido. Como nós reconciliaremos esta ordem de Deus para matar as crianças com o conceito de Sua Santidade? – Obrigado, Steven Shea.

Questão 2:

Eu tenho ouvido você justificar a violência do AT com a base de que Deus usou o exército Israelita para julgar os cananitas e a eliminação deles pelos israelitas é moralmente correta por que eles estavam obedecendo a uma ordem de Deus (devia ser errado se eles não tivessem obedecido a Deus na ordem de eliminar os cananitas). Isto se assemelha um pouco em como os Muçulmanos definem moralidade e justificam a violência de Maomé e outras questões morais questionáveis (os muçulmanos definem moralidade como o cumprimento da vontade de Deus). Você pode ver alguma diferença entre a sua justificativa da violência no AT e a justificação islâmica de Maomé e os versículos violentos do Alcorão? São a violência e as ações questionáveis de moralidade e os versículos do Alcorão bons argumentos ao falar com os muçulmanos? - Anônimo


Dr. Craig responde:

De acordo com o Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento), quando Deus tirou seu povo da escravidão do Egito e os fez voltar para a terra dos seus antepassados, Ele os direcionou para matar todo o povo cananita que estavam vivendo na terra (Dt. 7:1-2; 20:16-18). A destruição seria completa: cada homem, mulher e criança seriam mortos. O livro de Josué conta a história dos israelitas levando a cabo a ordem de Deus cidade após cidade do começo ao fim de Canaã.

Esta história ofende nossa sensibilidade moral. Ironicamente, contudo, nossa sensibilidade moral no Ocidente foi basicamente, e para muitas pessoas inconscientemente, formada por nossa herança judaico-cristã, a qual nos ensinou os valores intrínsecos dos seres humanos, a importância da conduta justa mais que caprichosamente, e a necessidade da adequada punição para o crime. A Bíblia mesma inculca os valores os quais estas histórias parecem violar.

A ordem para matar as pessoas cananitas está discordante precisamente porque ela parece tão em desacordo com o retrato de Javé, o Deus de Israel, como Ele é pintado nas Escrituras Hebraicas. Contrariamente à retórica vituperante de alguns como Richard Dawkins, o Deus das Escrituras hebraicas é um Deus de justiça, que sofre e de compaixão.

Você não pode ler os profetas do Antigo Testamento sem um senso de profundo cuidado de Deus pelos pobres, oprimidos, humilhados, órfãos e outros. Deus demanda justas leis e justas regras. Ele literalmente suplica às pessoas que se arrependam de seus caminhos errados que Ele poderia não julgá-los. “Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva” (Ez. 33:11).

Ele enviou um profeta até mesmo para a cidade pagã de Nínive por causa da Sua compaixão pelos habitantes, “homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda” (Jn 4:11). O próprio Pentateuco contém os 10 mandamentos, um dos maiores códigos morais da antiguidade, os quais moldaram a sociedade ocidental. Até mesmo o severo “olho por olho, dente por dente” não foi uma descrição de vingança, mas uma verificação na punição excessiva para cada crime, servindo para moderar a violência.

O julgamento de Deus é qualquer coisa, menos caprichoso. Quando o Senhor anunciou de julgar Sodoma e Gomorra pelos seus pecados, Abraão corajosamente perguntou,

E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio? Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? (Gn 18:25).

Tal como o negociante do Oriente Médio pechincha em uma barganha, Abraão continuadamente diminuiu o preço, e a cada vez Deus se comprometeu, sem nenhuma hesitação, garantindo a Abraão que se houvesse até mesmo 10 pessoas corretas na cidade, Ele não a destruiria por causa deles.

Então o que é que Javé está fazendo comandando o exército judeu para exterminar o povo cananita? É precisamente porque nós esperamos que Javé agisse justamente e com compaixão que nós achamos estas histórias tão difíceis de compreender. Como pode Ele comandar soldados para matar crianças?

Agora, antes de tentar dizer algo em forma de responda para esta difícil questão, nós devemos por bem primeiramente parar e perguntar a nós mesmos o que está em jogo aqui. Suponha que nós concordemos que se Deus (que é perfeitamente bom) existe, Ele não poderia ter emitido semelhante ordem. O que se segue? Que Jesus não ressuscitou dos mortos? Que Deus não existe? Dificilmente! Então qual é o suposto problema?

Eu tenho freqüentemente ouvido populares levantarem esta ordem como uma refutação do argumento moral para a existência de Deus. Mas eles estão obviamente enganados. A afirmação de que Deus não pode ter emitido tal ordem não falsifica ou diminui qualquer das duas premissas no argumento moral que eu defendo:

  1. Se Deus não existe, valores morais objetivos não existem;

  2. Valores morais objetivos existem;

  3. Então, Deus existe.

De fato, à medida que os ateus pensam que Deus fez algo moralmente errado na ordenação do extermínio dos cananitas, eles afirmam a premissa (2). Então, qual é o suposto problema?

O problema, parece-me, é que se Deus não emitiu tal ordem, então a história bíblica deve ser falsa. Qualquer um dos incidentes nunca realmente aconteceu, mas é apenas folclore israelita; ou senão, se elas aconteceram então Israel, cheio de um completo fervor nacionalista, pensando que Deus estivesse do lado dele, afirmou que Deus os comandou para cometer estas atrocidades, quando de fato Ele não os comandou. Em outras palavras, este problema realmente é uma objeção à inerrância bíblica.

De fato, ironicamente, muitos críticos do Antigo Testamento são céticos que os eventos da conquista de Canaã ocorreram. Eles tomam estas histórias como parte da lenda da fundação de Israel, de forma semelhante ao mito de Rômulo e Remo e a fundação de Roma. Para tais críticos o problema das ordenações de Deus desaparece.

Agora vamos colocar esta ordem em uma perspectiva totalmente diferente! A questão da inerrância bíblica é importante, mas não é como a existência de Deus ou a deidade de Cristo! Se os cristãos não podem encontrar uma boa resposta para a questão antes de nós e estão, além disso, convencidos que tal comando é inconsistente com a natureza de Deus, então nós teremos que desistir da inerrância bíblica. Mas nós não devemos deixar um descrente levantar esta questão enganando-se pensando que ele implica mais do que ele realmente faz.

Eu penso que um bom começo para este problema é enunciar nossa teoria ética que fundamenta nossos julgamentos morais. De acordo com a versão do mandamento divino ético que eu defendo, nossas obrigações morais são constituídas pelos mandamentos de um santo e amoroso Deus. Uma vez que Deus não emite ordens a si mesmo, Ele não tem obrigações morais para cumprir. Ele certamente não esta sujeito às mesmas obrigações e proibições a que nós estamos. Por exemplo, eu não tenho nenhum direito de tirar a vida de um inocente. Para mim, fazer isto me tornaria um assassino. Mas Deus não tem tal proibição. Ele pode dar e tirar a vida como Ele decidir. Nós todos reconhecemos isto quando censuramos alguma autoridade que presume tirar vidas como “brincar de Deus”. Autoridades humanas arrogam a si mesmas direitos os quais cabem somente a Deus. Deus não está sob qualquer obrigação para estender minha vida por mais um segundo. Se Ele quiser me desferir a morte agora, esta é Sua prerrogativa.

O que isto implica é que Deus tem o direito de tomar as vidas dos cananitas quando Ele achar melhor. Quanto tempo eles vivem e quando eles morrem é decisão Dele.

Então o problema não é que Deus terminou com a vida dos cananitas. O problema é que Deus mandou os exércitos israelenses acabarem com elas. Não é como mandar alguém cometer assassinato? Não, não é. Antes, uma vez que nossas obrigações morais são determinadas pelos mandamentos de Deus, Ele está mandando fazer algo que, na ausência da ordem divina, poderia ser assassinato. O ato era moralmente obrigatório para os soldados israelitas em virtude do mandamento divino, ainda que, tivessem eles o tratado em sua própria iniciativa, eles estivessem errados.

Na teoria do mandamento divino, então, Deus tem o direito de ordenar uma ação, a qual, ausente de um mandamento divino, seria pecado, mas a qual é moralmente obrigatória em virtude deste mandamento.

Muito bem; mas tal ordem não é contrária à natureza de Deus? Vamos olhar este caso mais de perto. É talvez significativo que a história da destruição de Sodoma por Javé – juntamente com Suas sérias garantias a Abraão que se houvessem tantas quanto até mesmo 10 pessoas retas em Sodoma, a cidade não seria destruída – dá forma a parte do fundo para a conquista de Canaã e ao mandamento de Javé de destruir as cidades lá. A implicação é que os cananitas não são pessoas retas, mas estão sob o julgamento de Deus.

De fato, antes da escravidão no Egito, Deus falou a Abraão,

Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos... e a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.” (Gn. 15:13,16)

Pense nisto! Deus suspende seu julgamento aos cananitas por 400 anos porque sua perversidade ainda não tinha atingido o ponto de intolerabilidade! Este é o Deus que suporta a dor que nós conhecemos das Escrituras hebraicas. Ele até mesmo permite que Seu povo escolhido definhe na escravidão por 4 séculos antes de determinar que o povo cananita esteja pronto para o julgamento e tirar o Seu povo do Egito.

No tempo de sua destruição, a cultura cananita era, de fato, devassa e cruel, abraçando práticas tais como prostituição cultual e até mesmo sacrifício de crianças. Os cananitas estão para ser destruídos “Para que não vos ensinem a fazer conforme a todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis contra o SENHOR vosso Deus.” (Dt 20:18). Deus tinha razões moralmente suficientes para Seu julgamento sobre Canaã, e Israel era meramente o instrumento da Sua justiça, da mesma fora que centenas de anos depois Deus usaria as nações pagãs da Assíria e Babilônia para julgar Israel.

Mas tirar a vida de crianças inocentes? A terrível totalidade da destruição foi incontestavelmente à proibição da assimilação de nações pagãs. No ordenamento da destruição completa dos cananitas, o Senhor falou: “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos; Pois fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria.” (Dt 7:3-4). Este mandamento é parte e parcela de toda a estrutura da complexa e característica lei judia de práticas puras e impuras. Para a contemporânea mente ocidental muitas das regras da lei do Antigo Testamento parecem absolutamente bizarras e sem sentido: não misturar linho com lã, não usar os mesmos recipientes para carnes e laticínios, etc. O impulso que sobrepujava estas regras é a proibição de vários tipos de mistura. Linhas claras de distinção são esboçadas: isto e não aquilo. Isto serviu como um tangível e diário lembrete que Israel é um conjunto especial de pessoas separado para Deus.

Eu falei uma vez com um missionário indiano que me contou que a mente oriental tem uma tendência inveterada com respeito à amalgamação (fusão). Ele falou que os Hindus ouvem o evangelho sorrindo e dizem “Sub ehki eh, sahib, sub ehki eh!” (Tudo é Um, sahib, Tudo é Um!). Faz quase o impossível para alcançá-los por causa até mesmo das contradições lógicas incluídas no todo. Ele disse que ele pensa que a razão de que Deus deu a Israel tantas ordens arbitrárias sobre pureza e impureza era para ensiná-los a Lei da Contradição!

Por definição em tal grau forte, severa dicotomia Deus ensinou Israel que qualquer assimilação com a idolatria pagã era intolerável. Era Sua forma de preservar a saúde e posteridade espiritual de Israel. A matança das crianças cananitas não apenas serviu para prevenir uma assimilação da identidade cananita, mas também serviu como uma ilustração tangível e detalhada da separação de Israel como um povo exclusivo de Deus.

Além do mais, se nós acreditarmos, como eu acredito, que a graça de Deus é estendida para aqueles que morreram na infância ou como pequenas crianças, a morte destas crianças era verdadeiramente sua salvação. Nós somos tão apegados à perspectiva naturalista terrena, que nós esquecemos que aqueles que morrem estão felizes por deixar esta terra pela alegria incomparável do paraíso. Então, Deus não faz nada errado ao tomar suas vidas.

Então o que Deus faz de errado ao comandar a destruição dos cananitas? Não os cananitas adultos, porque eles eram corruptos e mereciam o julgamento. Não as crianças, porque eles herdaram a vida eterna. Então quem é o transgressor? Ironicamente, eu penso que a maior dificuldade de todo este debate é o aparente erro que os soldados israelenses fizeram a si mesmos. Você pode imaginar que seria como ter que invadir uma casa e matar uma mulher aterrorizada e seus filhos? O efeito brutal nestes soldados israelenses são perturbadores.

Mas então, novamente, nós estamos pensando de um ponto de vista ocidental cristianizado. Para as pessoas do mundo antigo, a vida já era brutal. Violência e guerra eram fatos da vida na vivência das pessoas no oriente antigo. Evidências deste fato é que as pessoas que contam estas histórias aparentemente não pensam nada do que os soldados israelenses estavam ordenados a fazer (especialmente se estas são lendas da fundação de uma nação). Ninguém estava com peso na consciência pelos soldados terem matado os cananitas; aqueles que o fizeram se tornaram heróis nacionais.

Além do mais, meu ponto acima retorna. Nada podia ilustrar para os israelitas a seriedade de sua chamada como povo escolhido de Deus somente. Javé não estava brincando com eles. Ele estava falando sério, e se Israel apostatasse, a mesma coisa aconteceria com eles. Como C. S. Lewis colocou, “Aslan não é um leão manso”.

Agora, como relacionar tudo isto a Jihad Islâmica? O islamismo vê a violência como um meio para propagar a fé muçulmana. O Islamismo divide o mundo em duas partes: a dar al-Islam (Casa da Submissão) e a dar al-harb (Casa da Guerra). A primeira são aquelas terras as quais têm sido adquiridas em submissão ao Islamismo; a última são aquelas nações que ainda não se submeteram. Assim é como o Islamismo verdadeiramente vê o mundo!

Em contraste, a conquista de Canaã representa o justo julgamento de Deus sobre aquelas pessoas. O propósito não era fazê-los se converterem ao judaísmo! A guerra não foi usado como um instrumento de propagação da fé judaica. Além do mais, o extermínio dos cananitas representou uma circunstância histórica incomum, não uma habitual forma de comportamento.

O problema com o Islamismo, então, não é que ele tem a teoria moral errada; é que ele tem o Deus errado. Se os muçulmanos pensam que nossas obrigações morais são constituídas de mandamentos de Deus, então eu concordo com eles. Mas os muçulmanos e os cristãos diferem radicalmente sobre a natureza de Deus. Os cristãos crêem que Deus é um Deus amoroso, enquanto os muçulmanos acreditam que Deus ama somente os muçulmanos. Alá não tem amor pelos incrédulos e pecadores. Então, eles podem ser mortos indiscriminadamente. Além do mais, no Islamismo, a onipotência de Deus supera tudo, inclusive sua própria natureza. Ele é então absolutamente arbitrário na sua conduta com a humanidade. Em contraste, os cristãos sustentam que a natureza santa e amorosa de Deus determina seus mandamentos.

A questão não é, então, de qual a teoria moral está correta, mas qual é o verdadeiro Deus?

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