Este blog foi desativado em 10/03/2014. Visite o novo projeto: Como está escrito

sexta-feira, 26 de março de 2010

A origem do senso de justiça 0


Para os evolucionistas, a existência do senso de justiça é um mistério. Qual seria a vantagem biológica de se agir de forma cooperativa e justa com estranhos? As três teses mais comuns são que este senso está relacionado aos nossos ancestrais; a que considera como uma construção cultural; e a que atribui à religião.

Joseph Henrich, pesquisador da universidade de British Columbia, realizou um estudo com o objetivo de testar as teses. Para o estudo, foram recrutados 2.148 voluntários de 15 pequenas comunidades, como os Dolgan (caçadores da Sibéria), os Hazda (nômades da Tanzânia) e os Sanquianga (pescadores da Colômbia).

Os voluntários foram convidados a participar de uma série de testes que envolvem noções de justiça. Um deles, por exemplo, intitulado “jogo do ditador”, consiste em selecionar dois participantes que não se conhecem e dar a um deles uma quantia em dinheiro com a condição de que este dê algum valor para o outro. O ditador era livre para escolher o quanto.

Segundo os resultados, o senso de justiça seria uma construção cultural. Os voluntários que viviam nas comunidades com menos comércio tiveram uma tendência a ser mais injustos. A religião também parece ter uma influência na questão. No jogo do ditador, por exemplo, as ofertas dos participantes religiosos foram, em média, 10% maiores do que as dos participantes ateus.

Fonte: The Economist. Via Opinião e Notícia.

*************************************************
Observações sobre a notícia:

Totalmente questionável é o resultado desta pesquisa. Primeiramente, ela não é uma situação real. Os voluntários na pesquisa estão influenciados, por causa do observador, a agir, às vezes, de forma adversa a que teria em um ambiente diferente. Resultados do laboratório divergirão de resultados externos. E a noção de justiça não é derivada exclusivamente do dar ou não dinheiro para alguém. Mesmo este ato pode ter aplicações diferentes em situações diferentes. Uma pessoa pode dar mais dinheiro para alguém se achar que ela teria mais necessidade, como se ela precisasse para um tratamento médico, por exemplo. Ou daria menos (ou nada) se soubesse que ela usaria para se drogar.

Outra crítica que pode ser feita à pesquisa é que ela trata de como as pessoas agem (descrição dos atos morais), e não de como elas deveriam agir (prescrição dos atos morais). O que o pesquisador fez foi um estudo sociológico; não diz nada sobre a origem da moralidade. Os resultados obtidos distam tremendamente dos objetivos propostos.

Além disto, há um terceiro 'senso de justiça' infliltrado na pesquisa: o do pesquisador. Segundo ele, pessoas advindas de uma determinada situação seriam mais injustas do que outras. Gostaria de saber porque ele acha que a opinião dele tem mais peso do que a dos indivíduos avaliados. É Deus que fornece o fundamento último sobre moral e ética.

Porque o mandamento é uma lâmpada, e a instrução uma luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida (Prv 6:23)

Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio nos teus mandamentos.
Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus estatutos.
A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples.
Justo és, ó Senhor, e retos são os teus juízos.
A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade.
Há muito sei eu dos teus testemunhos que os fundaste para sempre.
A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre. (Sl 119.66,68,130,137,142,152,160)


Continue lendo

segunda-feira, 15 de março de 2010

Deus e a lagartixa 0



Este fim de semana minha esposa juntou algumas roupas para lavar na máquina. Ao colocá-las lá dentro, percebeu que havia uma pequena lagartixa presa no interior da mesma, mas ainda viva. Obviamente, tentou retirá-la, primeiramente com a mão. Na tentativa, seu rabo se soltou do corpo, escapando da minha esposa (depois fui pesquisar e descobri que isto é uma forma que a lagartixa - e outros répteis - tem de se defender). Já na segunda tentativa, a Di tentou enrolá-la na roupa e, então, chacoalhou do lado de fora da máquina. Depois de muito balançar, e nada de ver ela cair, olhou a roupa com cuidado e percebeu que a lagartixa estava segurando firmemente no tecido. Que bichinho teimoso! Ao final, ela conseguiu fazer com que o animalzinho saísse pela parede, janela do apartamento afora.

Este acontecimento me fez lembrar que às vezes Deus faz a mesma coisa conosco. Tenta nos salvar de algum perigo iminente, mas nos recusamos a receber Sua ajuda. Quer nos dar uma vida melhor, mas insistimos em permanecer com o que temos e o que somos. Brigamos com Deus e, não raramente, nos machucamos neste processo, da mesma forma que a lagartixa perdeu partes do seu corpo. Deus nos leva para lugares mais seguros, mas, mesmo assim, nos agarramos com unhas e dentes naquilo que dispomos no momento. Não sabemos que o que estamos vivendo naquele momento virá a ser algo bom.

Deixe, pois, ser tratado pelo Senhor e ser levado para uma situação de refrigério. Não resista ao Todo-Poderoso. Ele quer te salvar!

E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rom 8:28)

Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rom 8:31)





Continue lendo

sexta-feira, 5 de março de 2010

A verdadeira religião - carta de Tiago - parte 2 0


Fé constante e firmeza de ânimo


Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa, homem vacilante que é, e inconstante em todos os seus caminhos (Tg 1:5-8)

A parte 1 pode ser acessada aqui.

Ao sermos alvos da salvação provida por Cristo, Deus começa a trabalhar em nossas vidas. Esta é uma das evidências que podem ser mostradas para os ímpios (e até mesmo para os cristãos) que de alguém foi salvo pelo poder do Senhor. Nosso Pai é poderoso para mudar não só circunstãncias, mas mudar a índole das pessoas. É por isso que os crentes produzem bons frutos, e estes permanecem (Jo 15.16).

Deus quer que sejamos perfeitos, e Ele vai continuar a obra até o dia em que deixaremos este tabernáculo terrestre (Fp 1.6). Muitos aperfeiçoamentos vem através das provações que enfrentamos todos os dias, as quais foram objeto do texto anterior. Mas outros advêm do nosso relacionamento com o Senhor. Deus quer que peçamos, para que tenhamos alegria completa (Jo 16.24). Ele deseja que “sejamos completos, não tendo falta de coisa alguma” (Tg 1.4) e, assim, atingirmos “a estatura de Cristo” (Ef. 4.13). Neste segundo texto vamos estudar outros tipos de aperfeiçoamento, que adquirimos através de nossos pedidos, das nossas orações. Tiago cita, por exemplo, a dádiva da sabedoria. Todo aquele que não dispõe suficientemente dela pode alçar uma oração ao Pai e Ele a dará.

Entretanto, vou fazer uma digressão para explicar melhor sobre que sabedoria devemos pedir, para diferenciá-la do conhecimento comum que todos dispomos, em maior ou menor grau. Como paradigma, usarei a própria carta de Tiago, nos versículos 13 a 18 do capítulo 3, que pontua dois tipos de sabedoria, a saber: “a que vem do alto” e a “terrena, animal e diabólica”. O texto está disponível nesta outra postagem, devido ao seu tamanho, que ficou um pouco inadequado para um blog. Recomendo a sua leitura antes de continuar.

Então, roguemos ao Senhor que nos abençoe com Sua incomparável sabedoria. Usemos de nossa fé.

A fé não substitui os nossos cinco sentidos: antes, é como um sexto; ou, ainda, é algo que faz transcender os demais. Faz-nos ver mais do que os nossos olhos mostram; ouvir mais que sons; sentir mais do que sensações. Foi um dos sentidos, creio, que foram prejudicados na Queda. Perdemos nossa ligação com o Criador, nossa base segura. O chão desapareceu debaixo dos nossos pés e achamos que andamos firmemente sobre ele. Vivemos todos com uma espécie de sombra no nosso encalço, que, ao virarmos para olhar, nada conseguimos ver. Há uma insegurança, um determinado tipo de necessidade que não há como suprir. Alguns tentam substituí-la com álcool, drogas, sexo, dinheiro, filosofias diversas... Mas ela sempre está lá, sorrateira, exigindo nossa atenção. É uma sede que nunca é saciada. O eco da vida eterna. É o grito da nossa dependência de Deus.

Prosseguindo no nosso tema, percebemos que a fé é um fator distintivo na vida de um crente. Aquele que professa ser cristão mantém sua lamparina sempre bem cheia de combustível. “Sem fé é impossível agradar a Deus”. Orar a Deus sem crer que Ele exista é tão insano quanto querer abrir portas com “abracadabra”, ou esperar algo de alguém que não existe ou que já partiu há muito tempo. “É galardoador dos que o buscam”, pois “se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos (1Jo 5:15)”.

Há aqueles, entretanto, que não estão aperfeiçoados na fé. São os de ânimo dobre. Usando uma expressão popular, “acendem uma vela para cada santo”. São como o povo de Israel já foi, adorador do Deus verdadeiro, mas que mantinham armados seus altares para os deuses estranhos. A idolatria sempre foi um grande mal na vida da nação judaica, e dentro das congregações hodiernas podemos encontrar alguns exemplares que cambaleiam entre o Senhor e as pitonisas de En-Dor (1Sm. 28:7-25). Não há meio de conjugar cristianismo com astrologia, nem espiritismo com ressurreição, tampouco Cristo com Buda. “Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa”.

“Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós também” (1Co 8:6).

“Porque andamos por fé, e não por vista” (2Co 5:7). Se o crente anda somente pelo que vê, andaria como os que estão perdidos ainda. Como diz o ditado “há mais coisas entre os céus e a terra do que imagina nossa vã filosofia”. Sem fé, não as vemos, e ignorar a existência delas não auxilia nem faz com que elas deixem de existir. Pela graça de Deus, Ele refez a ligação que foi perdida no Éden e podemos andar com passos largos pelo Caminho. Se esta ponte não fosse restaurada por Deus, ninguém a faria. Só o Senhor sabe onde ficam os firmamentos. O crente, então, confia na Sua bondade revelada. “Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia” (Sl 34:8).

Ninguém crê em algo que não conhece. Há uma relação direta entre crer e conhecer. Quanto mais sabemos do nosso Senhor, a fé é proporcionalmente aumentada. “Aumenta-nos a fé”, disseram os apóstolos em determinado momento (Lc 17). O que Jesus fez? Deu-lhes uma lição sobre como a humildade precede as bênçãos. Quando submetemos o nosso ego ao senhorio de Cristo moldamos a nossa vida à dEle. O conhecimento de Deus e da Sua Palavra fornece sustentação para a fé. Deus não quer que o obedeçamos cegamente – Ele quer relacionamento profundo.

Penso que dei um vislumbre de outro aspecto da religião verdadeira. A fé que vem do Deus verdadeiro não esmorece, nem acaba. Podemos, vez por outra, sentir que Ele esteja longe. Mas nunca que Ele não exista. Em alta voz talvez digamos “Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste”; entretanto, não fazemos como o ímpio: “não há Deus”. Nem a morte pode nos separar do amor de dEle (Rm 8.38). Jó disse uma vez “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó  13:15). Esta é uma característica marcante do Cristianismo: ter a certeza que Deus é o autor e mantenedor da vida – ela lhe pertence. Tal consciência está bem arraigada naqueles que O conhecem. A soberania de Deus não é questionada; antes usufruímos dela para passar por todas as situações adversas que são postas diante de nós. Rendemos nossa vida por Ele. Mártires da fé como Estevão (Atos 7) exemplificam o que eu quero dizer.


Continue lendo

Algum de vós tem falta de sabedoria? 0


Na continuação do texto sobre a Verdadeira Religião, percebi que o texto estava além do tamanho adequado à uma postagem. Preferi, desta forma, dividá-la em duas partes. Esta parte, especificamente, trata dos dois tipos de sabedoria descritos por Tiago em sua carta.

Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há ciúme e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. (Tg 3:13-17)

O que é a sabedoria “terrena, animal e diabólica”? É terrena porque trata-se daquele tipo de conhecimento que obtemos com a nossa própria experiência de vida e pela observação do comportamento das outras pessoas. Em tese, todos nós seremos muito mais sábios ao final da nossa vida que no começo. Este tipo de sabedoria nos é muito útil por permitir a possibilidade de qualificar nossa experiência com o conhecimento dos antigos. A Bíblia, por exemplo, nos incentiva a este tipo de comportamento:

Prv 11:14  Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança.

Prv 15:22  Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem.

Prv 24:6  Com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros.

Quando Moisés estava iniciando sua peregrinação rumo à Terra Prometida, Jetro, seu sogro, lhe sugeriu uma melhor forma de administrar as atividades judiciais necessárias para a organização do povo. Foi um sábio conselho que permitiu a Moisés dispor do seu tempo para as obrigações de ordem mais elevada, delegando poder para que os anciãos do povo resolvessem assuntos de importância menor (Ex. 18).

Entretanto, este tipo de sabedoria não é necessariamente bom. Numa sociedade ímpia, a “multidão de conselheiros” pode lhe render péssimas ideias. A sociedade brasileira atual, por exemplo, tem uma visão bastante distorcida do ideal de família; por conseguinte, não seria uma boa conselheira em questões de fidelidade e respeito, nem na educação de filhos.

Outra forma de ver uma aplicação errada da experiência humana pode ser resumida em uma filosofia chamada pragmatismo. “Uma pessoa pragmatista vive pela lógica de que as ideias e atos de qualquer pessoa somente são verdadeiros se servem à solução imediata de seus problemas” (v. Wikipédia). Se alguém está com problemas financeiros, e através de alguma ilegalidade conseguiu obter dinheiro sem ser punido, então ele considera sua ação como verdadeiramente boa. Esta filosofia é claramente errada pela ótica bíblica.

Outro adjetivo para este conhecimento é “animal”. Ora, qualquer um que tenha convivido algum tempo com animais de estimação sabe que eles podem aprender a fazer coisas com o tempo. Cães não urinam em locais onde antes o fizeram e foram “castigados”. Minha sogra tem um cachorrinho que toda vez que ela diz “vai fazer xixi”, ele sai correndo para o portão da garagem a esperando para abrir. Aliás, por causa desta aprendizagem é que os animais podem ser adestrados. Pela própria experiência eles vão se tornando “sábios”. Algumas pessoas até mesmo confundem a habilidade que os animais tem de aprender como um indicativo que são de alguma maneira “aparentados com os humanos”, como fazem de forma ingênua os evolucionistas.

Tiago também nos informa que este tipo de sabedoria é diabólico. Isto não quer significar que toda a sabedoria dos séculos de existência humana é intrinsecamente má, mas que o próprio inimigo das nossas almas aprende da mesma maneira que um ser humano. Por isto é que se diz que o Diabo é astuto pela sua antiguidade, e não por ter um conhecimento sobrenatural inato, tal como Deus. O livro de Jó, no seu capítulo 1, descreve uma cena onde Deus pergunta a Satanás “Donde vens?” E Satanás respondeu ao SENHOR dizendo “de rodear a terra, e passear por ela”. Milhares de anos observando a humanidade lhe deram muita experiência para levar destruição à vida das pessoas.

Tiago ainda acrescenta que a sabedoria terrena é facilmente corruptível pelos desejos humanos. Ele diz: “se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade”, “Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa” e “Essa não é a sabedoria que vem do alto”.

Não é este tipo de sabedoria que facilita a nossa passagem por provações e nem o tipo que Tiago incentiva-nos a buscar do Senhor.

Como é a sabedoria que “vem do alto”? A Palavra diz que ela é, primeiramente, pura. Significa que não há qualquer dubiedade de propósito; não há nenhuma mancha sequer de pecado ou maldade nela. Não serve ao propósito de enganar nem outra finalidade má. Como exemplo de sabedoria não-pura, cito a mais conhecida de todas as propostas, aquela que foi feita no Jardim do Éden a Adão e Eva:

Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. (Gên 3:5)

Reluzia como algo precioso, mas, ao adquiri-la, não passava de ouro de tolo. Sem valor, sem vantagens, prejudicial não só para eles, mas para toda a raça humana desde então. A sabedoria celeste não é assim. Sua fonte é perfeita; consequentemente ela espelhará tal predicado.

Exemplificando positivamente, agora cito a ocasião do primeiro uso da sabedoria divina que Salomão fez. Duas prostitutas, de uma mesma casa, se apresentaram diante dele. Ambas haviam tido filhos nos mesmos dias; no entanto, vendo que um dos bebês havia morrido, a mãe deste trocou o bebê por aquele da outra mulher. Esta última, ao acordar, percebeu a troca e foi apelar ao então Rei Salomão. Sabiamente, Salomão sugeriu que o bebê fosse dividido ao meio, e assim cada mãe ficaria com metade. É claro que ele não levaria esta ação a cabo, mas com este subterfúgio ele conseguiu descobrir a mãe verdadeira: esta preferiu estar longe do filho, contanto que estivesse vivo (1 Reis 3:16-28).

Segundo vemos nas cartas de 1 Timóteo 1.5 e 1 Pe 1.22, quando há pureza, o amor flui como resultado. No julgamento destas duas mulheres, vemos que a sábia resolução do problema gerou a atitude mais amorosa: para o filho, pois ficou com sua verdadeira mãe; para a mãe, que amava seu filho a ponto de entregá-lo vivo para a outra mulher; e a mulher que mentiu também teve um tratamento amoroso, pois a repreensão e correção também são formas de manifestar apreço.

A sabedoria do alto também é pacífica. Vimos, na passagem do exemplo anterior, que a contenda foi desfeita com apenas uma frase! E todas as outras características da sabedoria que não perece podem ser percebidas nela:
- moderação: toda a história das mulheres foi ouvida antes da decisão do Rei, que foi equilibrada e ponderada. “Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos” (Pv 8:12);
- tratável: em outras palavras, afável, benevolente. Como anteriormente dito, a bondade foi expressa para as três pessoas envolvidas;
- cheia de misericórdia e de bons frutos: gera perdão, temor, justiça, respeito, amor, alegria. O povo aprendeu a respeitar Salomão, pois viu que nele destilava a sabedoria de Deus;
- imparcial: ambas as mulheres eram prostitutas, mas encontraram soluções para a vida. A sabedoria divina não faz discriminação, independentemente da raça, cor ou condição social;
- sem hipocrisia: não há aparência de bondade ou segundas intenções na verdadeira sabedoria; antes, o temor do Senhor é o princípio dela (Pr. 15.33).

“Guiar-me-ás com o teu conselho e, depois, me receberás em glória” (Sl 73:24)


Continue lendo