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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O jovem cristão e o sexo - parte 7 12



DESCULPAS ESFARRAPADAS

Muitos casais cristãos tentam racionalizar seu pecado, criando desculpas para praticar sexo antes do casamento. Vejamos as mais comuns:

A Bíblia não diz que o sexo antes do casamento é proibido

Para responder este questionamento, basta dar uma lida nesta postagem anterior e verificar se, realmente, a Bíblia não fala nada sobre este assunto.

O importante é que o casal se ame e se respeite, e seja fiel um ao outro

Sem dúvida, um casal realmente deve se amar, se respeitar, e ser fiel. Sexo sem amor é pecado tanto dentro quanto fora do casamento, pelo simples fato de usar a outra pessoa como um objeto com fins de satisfazer a si mesmo. E se você ama, respeita, pois o respeito é um aspecto do amor. Jesus expressou isto de forma semelhante: se me amas, guarde os meus mandamentos (João 14:21). E fidelidade envolve um pacto, um acordo, uma aliança.

No direito, existem diversos tipos de contratos. Estes contratos normalmente devem ser celebrados de forma a ninguém duvidar da veracidade e da vontade das partes contratantes. Alguns contratos, por sua importância, devem ser efetuados de forma especial, com testemunhas, ou em um órgão especializado para tal fim. Tudo isto para dar validade e reconhecimento público do ato que está sendo tomado.

O casamento é um destes tipos de contrato. Envolve testemunho público do que está sendo realizado. Além disto, a Bíblia é bastante clara em dizer que o modo correto de "deixar pai e mãe e unir-se em uma só carne" é através do casamento. O casamento tem, logicamente, um aspecto social e cultural. Mas isto não significa que devamos submeter esta instituição divina, que é o casamento, às frequentes inconstâncias de vontade humana. A união estável, por exemplo, por mais legal que seja perante a justiça, não substitui o casamento propriamente dito. E as pessoas que assim se encontram praticam o pecado da imoralidade sexual; e ainda mais os solteiros que praticam sexo fora do matrimônio.

Sexo antes do casamento é bom para conhecer bem a pessoa

Este tipo de desculpa me faz lembrar uma antiga música popular que diz mais ou menos o seguinte: "E se de dia a gente briga, de noite a gente se ama, é que nossas diferenças acabam no quarto, em cima da cama". Quem afirma este tipo de coisa parece pensar que o sexo pode salvar qualquer problema que porventura um casal enfrente. É um grande engano achar que, se o casal "se dá bem na cama" vai ter um casamento feliz. Um relacionamento envolve muito mais coisas do que o sexo, e passaremos muito mais tempo conversando, dividindo e executando tarefas, planejando e etc. do que fazendo sexo.

Tempos atrás vi em algum lugar uma comparação interessante. Que esta pergunta é facilmente resolvida através de uma equação matemática. Vamos lá:

- Pegue o tempo (médio) de uma relação sexual - digamos uns 30 minutos, por exemplo.
- Multiplique pelo número de vezes que é feito sexo por semana - façamos de conta que seja umas 5 vezes na semana;
- multiplique este valor pelo número de semanas do mês - 4 semanas, neste caso.

Temos então, no total, 10 horas de sexo no mês. Tirando o tempo em que se dorme, umas oito horas diárias, temos 480 horas no mês. Se passamos 10 horas fazendo sexo, o que faremos nas outras 470 horas? Parece totalmente fora de propósito firmar a saúde do matrimônio baseado apenas no sexo, não parece? E digamos que o sexo pare de funcionar? Como ficaria a situação deste casal?

Veja, o que eu quero dizer é que o sexo é importante, sim, dentro de uma relação matrimonial, mas ele não deve ser o sustentáculo no qual um casamento deve se firmar. Antes, o amor, a compreensão, o respeito, a fidelidade, a tolerância... o amor ágape deve prevalescer sobre o amor eros (ver postagem sobre os tipos de amor).

Nós vamos casar, ou já estamos de casamento marcado

Estar de casamento marcado não é estar casado, assim como fazer a prova da carteira de motorista semana que vem não te permite dirigir hoje. Não existe situação intermediária: ou está casado, ou não está, simples. E, além disto, como você pode garantir que você realmente vai se casar com a outra pessoa? Você tem certeza do que vai acontecer amanhã? Ou daqui a 5 minutos? Lembremos o que a Palavra diz em Provérbios 27.1 - "Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que ele trará". Ou ainda mais claramente em Tiago 4:13-17 - "Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos;

Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna."
Então, vocês poderão estar desonrando seus próprios corpos, que seriam, na verdade, de outra pessoa, seu futuro esposo/esposa. Pense nisto.

Deus nos perdoa deste pecado. Ele morreu por todos os pecados, inclusive pelos que eu ainda vou cometer

Este abuso da graça demonstra que realmente a pessoa não entendeu a graça divina. Até se baseiam em textos como este em Romanos 5.20 "Mas onde o pecado abundou, superabundou a graça" e II Pedro 2.18 "Antes crescei na graça". Devemos pecar para ter mais ainda graça de Deus, é o que chegam a afirmar. Em seu livro Maravilhosa Graça, Philip Yancey usa uma boa ilustração do que isto parece:

Será que um noivo na noite do seu casamento manteria a seguinte conversa com a noiva: "Querida, eu a amo muito. Estou ansioso em passar a minha vida com você. Mas preciso esclarecer alguns detalhes. Depois de casado, até onde posso ir com outras mulheres? Posso dormir com elas? Beijá-las? Você não se importaria com alguns casos de vez em quando, se importaria? Sei que isso a machucaria, mas imagine só todas as oportunidades que você terá de me perdoar depois que eu a trair!"? Para esse Donjuan, a única resposta razoável é uma bofetada no rosto e um "Deus me livre!". Obviamente, ele não compreende nada a respeito do amor.
Semelhantemente, se nos aproximarmos de Deus com uma atitude de "O que eu posso fazer?" prova que não temos idéia do que Deus tem em mente para nós. Ele quer alguma coisa muito além do relacionamento que eu poderia ter com um senhor de escravos, que forçaria a minha obediência com um chicote. Deus não é um patrão ou um gerente, nem um gênio mágico para servir às nossas ordens.
Realmente, Deus quer alguma coisa mais íntima do que o relacionamento mais íntimo na terra, o laço para toda a vida entre um homem e uma mulher. O que Deus deseja não é um bom desempenho, mas o meu coração. Eu faço "boas obras" para minha esposa não para receber crédito diante dela, mas, sim, para expressar o meu amor. De maneira igual, Deus deseja que eu sirva "de maneira nova no Espírito"; não por compulsão, mas por desejo. "Discipulado", diz Clifford Williams, "significa simplesmente a vida que brota da graça".


O abuso da graça pode, facilmente, levar a pessoa a ter a sua consciência cauterizada pelo pecado. Começa a considerar que o pecado não é mais pecado. E isto vai afastá-lo cada vez mais de Cristo. A consciência do pecado e o arrependimento sincero é que aproximam-nos de Deus. Chamar o mau de bom nos afasta Dele.
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