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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O jovem cristão e o sexo - parte 6 5

O jovem cristão e o sexo - parte 6

Masturbação

Esta é outra daquelas palavras que não aparece explicitamente na Bíblia, e também não existe um mandamento que diga “não masturbeis”. O ato de masturbar-se é aquele onde o homem, ou a mulher, se auto-estimula sexualmente para atingir prazer solitário. Mas também há a masturbação mútua, na qual um estimula sexualmente o outro parceiro. Neste texto, trataremos de ambas as formas da mesma maneira. Será que este ato é lícito para um cristão?

Em princípio, ter prazer, por si só, não é pecado. Há algumas pessoas que tentam associar a masturbação com o acontecido na história do Onã (Gn 38:9-10). Onã deveria tomar a mulher do seu irmão falecido, como era a regra na época, para suscitar descendência a este irmão falecido. Ocorreu que Onã desobedeceu a Deus nesta ordem, derramando seu sêmen na terra, para não engravidar a mulher, e assim ele acabou morrendo por causa deste pecado. O pecado não foi o ato de “derramar sêmen na terra” (tal como acontece, por analogia, na masturbação), mas desobedecer a uma ordem de Deus. O pecado de Onã nada tem a ver com masturbação.

O ato de masturbar-se poderia passar incólume, se não fosse por estas duas interessantes (e elucidativas) passagens bíblicas:


Ex 20:17 - não cobiçarás a mulher do teu próximo
Mt 5:28 - qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela


Quando alguém está se masturbando, que tipo de imagens ele usa para fantasiar? Com certeza, mulheres ou homens, dependendo do caso. Homens e mulheres que não são seus respectivos esposos e esposas. E Jesus afirmou categoricamente que quem cobiça a mulher que não seja a sua, está pecando. Isto inclui namorados (as), noivos (as), já que eles (as) não são legitimamente seus cônjuges. Por isto, a masturbação mútua, como forma de não "praticar sexo normal", também não é correta perante Deus.

E ainda há a questão da consciência: ela me acusa quando pratico a masturbação? Caso afirmativo, deixe-a de lado. Pois como diz a Palavra: “o que não provém de fé é pecado” – Rm. 14:23.

Há casos onde a masturbação é recomendada, inclusive por pastores. São aqueles casos onde o esposo (ou esposa) se ausentam por algum tempo (para realização de algum trabalho missionário, por exemplo). Nesta situação, nenhuma das duas passagens, tanto a de Êxodo quanto a de Mateus, não se enquadram, já que a fantasia vai se dar em cima do seu cônjuge. Mas, se a consciência mesmo assim lhe acusar, não faça.

Falar sobre a masturbação, principalmente para adolescentes, no auge da explosão hormonal típica desta idade, é muito complicado. Que formas um jovem pode adotar para evitar que a carne ‘ganhe’ do espírito? Primeiramente, evite ficar sem ter o que fazer. Tempo ocioso não é bom pra ninguém, ainda mais se estiver sozinho. Procure se ocupar com algum esporte, leitura, sair com amigos. Gaste esta energia extra com alguma atividade edificante. E fuja de qualquer tipo de pornografia. Ela, por si, só, já é extremamente degradante para o ser humano, e é ainda mais prejudicial quando um adolescente a consome. No mais, tente ficar sempre próximo de pessoas que já passaram por estas dificuldades, para se espelhar e entender como controlar seus impulsos.

Não siga as recomendações do ‘mundo’ sobre este assunto. Dificilmente você verá uma concordância com a Bíblia nestes aspectos, ainda mais nos tempos em que vivemos. Instinto sexual é normal; a falta de controle sobre eles é o problema. Mas é bom sempre lembrar que um dos frutos do Espírito é a Temperança, o Domínio Próprio. O Espírito Santo não vai lhe “obrigar” a se controlar; ele influencia seu caráter e sua personalidade de forma que você terá condições de se controlar. Então, ore e peça a Deus este tipo de fruto na sua vida.
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O jovem cristão e o sexo - parte 5 11

Sexo depois do casamento

Um relacionamento entre homem e mulher, como casal, deve seguir níveis de envolvimento, que podem ser comparados a uma escada com três degraus.

O jovem cristão e o sexo - parte 5

O primeiro degrau é o namoro. Nesta fase, os dois devem desenvolver uma vida espiritual juntos. Por este motivo que a Bíblia sempre chama a atenção para termos cuidado com quem escolhemos para ser nosso futuro cônjuge. Ele deve ter a mesma fé que você professa. Afinal, como podem dois andar juntos sem estar em acordo (Am. 3.3)? Mas atenção é necessária, já que a paixão pode “cegar” os envolvidos de uma forma a não ver pequenos problemas de caráter ou até mesmo de afinidades.

A seguir, o segundo degrau, é onde o casal já tem maturidade espiritual suficiente para confiar um no outro e juntamente em Deus. É o momento no qual ambos poderão entregar-se mais facilmente aos sentimentos, ao amor propriamente dito. Deve-se ter muito cuidado ao confiar seus sentimentos a uma pessoa. Amar alguém é muito sério. Ser amado é muito sério. O relacionamento se torna, a partir de então, mais sereno, mais seguro, mais maduro. Há mais ternura, mais carinho, mais compreensão, mais preocupação com o bem-estar do outro. O período da paixão já deve ter acabado aqui. A paixão é só o estopim: não é o amor em si. Não obstante, neste período é que se costuma partir para o penúltimo passo antes do casamento: o noivado. Os dois já estão afinados espiritualmente, e agora estão se desenvolvendo emocionalmente, criando uma cumplicidade e uma intimidade maior.

O terceiro degrau vem a ser o casamento, afinal. Neste, após ter passado com sucesso pelo entrosamento espiritual e pelo entrosamento emocional, é chegado o momento da complementação física, o sexo. Quando Deus disse que ambos se tornariam uma só carne, certamente estava se referindo a todos os níveis de integração entre as pessoas: espiritual, emocional e fisicamente. E no casamento, há, então, a perfeição do relacionamento homem-mulher: a comunhão de todos estes três itens.

Muitos relacionamentos não dão certo porque tentam pular um ou mais degraus de uma só vez. Outros não dão certo porque ficam pouco tempo em cada degrau, de forma a não estar completamente “firme” antes de dar o passo seguinte. A Bíblia não fala nestes 3 passos explicitamente, mas com todos os conselhos que a Palavra dá, pode-se facilmente se deduzir que este é o modus operandi do relacionamento saudável.

O casamento é o ambiente seguro para desfrutar do sexo conforme os planos de Deus para nossa vida. Por quê? Por vários motivos:
- Não há nenhum tipo de culpa em praticar sexo;
- Ao chegar ao casamento, ambos já devem estar bem preparados espiritual e emocionalmente; desta forma, o casal vai poder aprender e desfrutar de todas as delícias do sexo juntos e sem “neuras”;
- Se um filho decorrer desta relação, esta criança vai ser um motivo a mais de união, não de crise e separação entre os cônjuges;
- Sendo uma só carne, você vai querer agradar completamente o seu cônjuge, pois, na verdade, você está agradando a si mesmo também; é uma comunhão, não uma exploração egoísta do corpo da outra pessoa.
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O jovem cristão e o sexo - parte 4 3

O jovem cristão e o sexo - parte 4
Sexo antes do casamento

A Bíblia não contém nenhuma passagem onde esteja explicitamente escrito: “Não farás sexo antes do casamento”. Mas a partir de várias passsagens , fica muito claro que a prática de sexo extra-conjugal (e aí o sexo antes do casamento também se enquadra) não é aprovada por Deus.

Primeiramente, o casamento é uma festa, uma situação de grande alegria:
Mt 9:15 E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão.


O casamento era uma prática tão comum quanto comer e beber, mesmo antes dos tempos do dilúvio:
Mt 24:38 Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca


Casamento implica testemunhas:
Lc 14:8 Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu;
Jo 2:1 E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus.
Jo 2:2 E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.


Se um casal tiver dificuldades em controlar seus instintos sexuais, que se casem, e não pequem. É claro que deve haver amor no relacionamento; não se deve casar apenas para ter relações sexuais licitamente. Aliás, se não houver amor nem respeito um pelo outro, o sexo dentro do casamento é tão pecaminoso quanto o sexo fora dele.
1Co 7:9 Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se.
1Co 7:28 Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos.
1Co 7:36 Mas, se alguém julga que trata indignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não peca; casem-se.


O casamento é uma aliança; só se quebra com a morte:
1Co 7:39 A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.


A Bíblia em geral abençoa o matrimônio:
Hb 13:4 Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará.


O dívórcio é o término legal de um casamento, mas que Deus não aprova:
Mt 5:31 Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite.
Mt 5:32 Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.


Passagem que condena aqueles que proíbem o casamento:
1Ti 4:3 Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;


Várias outras passagens condenam os atos sexuais que são considerados como pecado: adultério, prostituição e fornicação:
Mt 5:27 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
Mt 5:28 Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
Mt 5:31 Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite.
Mt 5:32 Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
Mt 15:19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.
Jo 8:3 E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério;
1Co 7:2 Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.
1Co 6:10 Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
Gl 5:19 Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia,
Ef 5:3 Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos;
Ef 5:4 Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças.
Ef 5:5 Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.Col 3:5 Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
1Ts 4:3 Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição;
1Ts 4:4 Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra;
1Ts 4:5 Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.
1Ti 1:10 Para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina,
Ap 21:8 Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.
Ap 22:15 Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.
1Co 6:13 Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.


Depois de todas estas passagens bíblicas, é inacreditável que haja pessoas que defendam o sexo antes do casamento como algo bom e aceito por Deus. Veja: o que o adultério, a prostituição e a fornicação têm em comum? Todas elas são praticadas fora do âmbito do casamento! Se assim não fosse, como faríamos para diferenciar uma relação sexual caracterizada como adultério, por exemplo?
Adultério = sexo com alguém que não seja seu esposo/esposa, sendo casado(a);
Prostituição = sexo com alguém que não seja seu esposo/esposa, com cobrança ou não de pagamento;
Fornicação = sexo com alguém que não seja seu esposo/esposa, sendo solteiro(a).


Se Deus considera estes três pecados, quem pratica sexo antes do casamento se enquadra em qualquer um destes acima, e, portanto, se encontra abaixo da condenação de Deus. Mas, todo e qualquer pecado pode ser perdoado por Deus, desde que haja arrependimento e mudança de vida.

E bolinação, pode?

Carícias íntimas, que envolvam sensualidade, a famosa bolinação, não vai criar um clima muito favorável para um namoro santo. É o “abrasar-se”, que vai te levando para o caminho da lascívia, e, posteriormente, da fornicação. É “ladeira abaixo”. Andar a beira do precipício não é muito seguro.

Além do mais, este tipo de “carícia” é coisa típica de marido e mulher. Quando Isaque foi morar em Gerar, juntamente com sua esposa Rebeca, ele, por medo que os homens do local o matassem e tomassem sua mulher para si, declarou que Rebeca era sua irmã. Mas certo dia, Abimeleque, o rei dos filisteus, viu pela janela Isaque “brincando” com Rebeca, e automaticamente deduziu que ela não era sua irmã, mas sua mulher! (Gn 26:1-8).
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O jovem cristão e o sexo - parte 3 1

O jovem cristão e o sexo - parte 3

Servir a Deus no sexo

Nesta postagem, foi mostrado que o ser humano está fadado a servir. Ele não pode fugir disto. Não se trata de servir ou não servir; mas se trata de A QUEM ou A QUÊ servir. Em todas as áreas da vida, nós servimos a um “senhor”. Este senhor pode ser:

- Ao Deus cristão
- A um deus qualquer
- A Satanás
- A uma filosofia de vida
- A uma pessoa
- Ao dinheiro ou aos bens
- A si mesmo

Quando somos chamados por Deus, ele nos chama para entregarmos todas as áreas de nossas vidas a Ele “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente” (Rm 11:36):

- Corpo: Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm 12.1).

- Mente: E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2).

Então, o sexo está incluído naquilo que fazemos para servir ao Senhor. Mas, como tudo, não podemos servir a Deus de qualquer jeito. Ele estabeleceu um momento especial para que o sexo fosse feito e, desta forma, Deus fosse glorificado. Este momento chama-se casamento, onde homem e mulher deixam seu pai e sua mãe para tornarem-se uma só carne.

O sexo da forma como Deus aprova envolve intimidade, compromisso, fidelidade. Envolve uma aliança, que só termina na morte. Para compreender a seriedade deste assunto para Deus, veja como a bíblia está recheada de referências à alianças, à fidelidade e reprovações ao adultério. Aliás, nos mandamentos deixados por Deus no monte Sinai, para Moisés, pelo menos 2 mandamentos estão relacionados à questão do relacionamento homem-mulher, o 7º e o 10º.

Jesus afirmou “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6.24). Então, ou nós servimos a Deus no sexo também, ou servimos a algum outro “senhor” – seja ele nós mesmos, ou um outro deus, como os povos da antiguidade faziam na sua prostituição cultual, ou ao dinheiro (como a prostituição)...

O sexo é sujo?

Muitos cristãos têm, hoje em dia, a idéia de que o sexo (ou a parte sexual do corpo) é “sujo”. Um pouco desta visão veio através de alguns pensadores da antiguidade, que deduziram que, como os seres espirituais, como Deus e os anjos, não possuem um equivalente a nossa sexualidade, isto significa que ela é completamente carnal e, portanto, não tem nenhuma relação com as nossas atividades espirituais.
Mas a grande “colaboração” neste sentido veio de Santo Agostinho, o bispo de Hipona (354-430 d.C.). Ele, um dos poucos pensadores cristãos da antiguidade que revelaram suas vidas sexuais, relatou o que pensava sobre o assunto na sua obra autobiográfica “Confissões”. Agostinho teve, na sua juventude, uma vida muito desregrada em relação ao sexo. Quando ele abandonou essas práticas, ele muito lamentou o fato de ter gasto grande parte de sua energia nisto. No livro, o bispo quis passar para seus leitores quão incompatíveis eram a sexualidade e a sociedade. Para ele, uma sociedade totalmente sadia deveria ser completamente livre da “matéria”. Até o sexo para procriação não era vista com bons olhos por ele, já que permitia que mais pessoas nascessem e, indiretamente, isto contribuiria para a expansão do Reino das Trevas. Ainda, na sua visão, ele acreditava que os impulsos sexuais eram uma triste herança do pecado original resultante da desobediência inicial de Adão. Agostinho contribuiu muito para a Teologia. Foi um grande escritor e santo de Deus. Entretanto, ele exagerou sobre alguns aspectos da vida, o que é típico quando se tenta escapar de algum pecado que já lhe fora grande fonte de problemas.

Desde então, está infiltrada dentro da mentalidade ocidental, principalmente na nossa sociedade com forte herança cultural e tradicional católica, que o sexo e os próprios órgãos sexuais são sujos e/ou vergonhosos.

Em Gn. 2.7 vemos Deus esculpindo o homem a partir do barro, e isto foi um escândalo para outros povos e religiões, principalmente para os gregos que acreditavam que nenhum deus poderoso poderia tocar na matéria, principalmente no barro, como um operário faria. Nós, atualmente, não temos problemas em aceitar que Deus sujou suas mãos de barro, mas temos uma tremenda dificuldade em aceitar que Deus esculpiu o homem todo, inclusive o pênis e o saco escrotal. A cultura judaica já via isto de uma forma bem diferente. A começar pelos juramentos: em Gn 24.2, é narrado um juramento, onde o servo fez um juramento colocando sua mão debaixo da coxa de Abraão, para buscar uma esposa para Isaque. É um bom eufemismo, porque este “debaixo da coxa” é, na verdade, nos seus testículos! Este ato simbolizava que os filhos ainda por nascer tomariam vingança por aquele juramento caso fosse quebrado, ou dava solenidade ao juramento em nome do Deus que instituíra a circuncisão como sinal de sua aliança. Aliás, o povo judeu era caracterizado por ter a circuncisão como sinal da aliança entre eles e Deus (Gn 17:10-11). Outro costume do povo judeu é, ao invés de lavar as mãos após urinar, como é o nosso costume, lavar as mãos ANTES de ir urinar. É uma forma de dar importância e valor para os órgãos sexuais (Sexxchurch.com, 2008).

A Igreja de Cristo é comparada a um corpo humano, e nenhuma parte deste corpo tem menos valor que a outra, ou menos digna que a outra. Portanto, todas as partes do nosso corpo tem sua utilidade. O que "suja" ou "santifica" uma parte do corpo é o que fazemos com ela. Uma mente pode ser muito mais "imunda" do que o pênis de algúem.

Precisamos ver o nosso corpo de uma forma mais bíblica, da forma como Deus o vê. Assim, cuidaríamos bem melhor dele.
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