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sábado, 12 de julho de 2008

Ciência e Teologia - 2 11

Os dias da criação



“DIA”, em Gênesis, é tradução da palavra yom. Yom = “Dia” em hebraico. Pode significar um dia de 24 horas (significado comum), ou uma era, ou um período de tempo extenso. 2 Pe 3:8 diz que, para Deus, “um dia é como mil anos, e mil anos como um dia”. Não é obrigatório crer que os dias de Gênesis sejam literais, embora Deus pudesse realmente criar tudo num instante, até mesmo mais rápido do que os seis dias usuais.

Há algumas formas de interpretação destes dias:

- cada dia é um dia literal, de 24 horas, onde as coisas citadas foram criadas;
- cada dia representa, na verdade, um período de tempo de muitos anos (milhares, milhões)
- cada dia narrado é de realmente 24 horas, onde as coisas são criadas, mas depois se passa muito tempo até o próximo dia de criação. Assim, o dia narrado na Bíblia se refere ao primeiro dia de uma era, podendo, tranquilamente, ter apenas 24 horas;
- cada dia, na verdade, não simboliza tempo, mas uma ordem na criação.

E no 7º dia, Deus descansou da sua obra criativa. Este descanso permanece até hoje. Confira em Hebreus 4.8-11. Nesta passagem, o escritor, que viveu numa época posterior à morte e ressurreição de Cristo, disse que Deus está no seu descanso. Isto quer dizer que o “dia” de descanso de Deus tem, pelo menos, alguns milhares de anos! Se o 7º Dia é assim, os outros dias (a palavra yom é usada) também podem representar um tempo bem maior.

Não confunda os versículos acima com a passagem em João 5.17, onde Jesus diz que “o meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. Deus trabalha de duas formas: criando e sustentando. O descanso que Deus tem no sábado (7º dia) se refere ao descanso do ato de criação, não o de sustentação.

Quadros comparativos entre as eras estudadas na Geologia e a Tese da Criação Progressiva.

Perceba que os estágios podem representam cada um dos dias de criação narrados em Gênesis, e que os estágios se sobrepõem. Enquanto o estágio anterior está sendo completado, o estágio seguinte está dando início. Uma boa justificativa para este processo é que, a cada ato de criação, é necessário um tempo para que o ecossistema entre em equilíbrio. Assim que se chega neste equilíbrio, uma nova inserção criativa é feita.




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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Ciência e Teologia - 1 6

Áreas de atuação

Teologia: abrange os assuntos sobre Deus e sobre a criação feita por Ele (a natureza);

Ciência: abrange os assuntos acerca da natureza (das coisas criadas);

A Verdade Absoluta não é propriedade de um tipo de matéria só (e.g. Física, Química, Biologia, Matemática, Teologia), mas todas estas matérias devem contribuir para a construção dela.

Se estudarmos individualmente cada matéria, sem levar em consideração as outras, podemos chegar a conclusões que serão contraditórias.

Representação:

Outra forma de entender:

Física: estuda tudo o que é material (e.g. plantas, rochas, animais);

Metafísica: estuda tudo o que é imaterial, aquilo que está além da matéria (e.g. lógica, o pensamento, sentimentos, Deus).

Logo, a ciência (como a conhecemos) trabalha com a Física. A Teologia estuda a Metafísica e as suas implicações no mundo da Física.

Só o que é cientificamente comprovado é verdadeiro?

Esta afirmação NÃO pode ser verdadeira, porque ela é uma afirmação que usa a lógica. A lógica é uma coisa imaterial (metafísica); portanto não é objeto de estudo da ciência. A ciência não pode “provar” que pensamos; de fato, a ciência pressupõe que o nosso pensamento é válido e é confiável para estudar o mundo. Entretanto, o pensamento é algo real que não pode ser provado cientificamente.

Princípio fundamental da ciência

Princípio da CAUSALIDADE

  • Todo evento tem uma causa;
  • Tudo que é finito e limitado precisa de uma causa;
  • Tudo que teve um início deve ter uma causa.

Deus foi causado?

Se eu lhe perguntar: “Quem te fez?”, você responderia “Meus pais”. “E os seus pais?” Você responderia “Os pais deles” e assim por diante, até chegar ao primeiro ser humano. Perguntaria: “Quem fez o primeiro ser humano?”. “Deus” – você poderia responder. Aí vem a pergunta fatal: “Quem fez Deus?”.

Usando o princípio da causalidade, alguém teria que ter criado Deus. Mas e este outro ser? Quem seria? Aqui devemos ter cuidado. O Princípio da Causalidade não diz que tudo tem uma causa, ele diz que tudo que teve um começo deve ter uma causa.

Três opções para a causa da existência de Deus:

1 – Ele é um ser causado;

2 – Ele é um ser auto-causado;

3 – Ele é um ser não-causado;

A 1ª opção não responde nada, pois precisaríamos de um ser mais poderoso que Deus para tê-Lo criado, e não há nenhuma evidência da existência deste ser.

A 2ª opção é logicamente impossível. Para causar a Sua existência, Deus já deveria existir. Mas para começar a existir, Ele não deve existir ainda. Esta hipótese diz que Deus deveria existir e não existir ao mesmo tempo. E isto é completamente impossível.

A 3ª opção é a que nos responde adequadamente. Um ser eterno não precisa ser causado. A frase “O que havia antes de Deus existir?” não faz nenhum sentido. Deus sempre existiu, então não há um “tempo” antes disto. Esta hipótese é perfeitamente idêntica ao que a Bíblia nos diz sobre Deus: que Ele é eterno, que não havia ninguém antes dEle, nem haverá alguém depois. Ele não é causado por nada, nem ninguém. Ele é a causa primeira de todas as coisas que existem.

Tipos de ciência

  • Ciência OPERACIONAL: trata dos eventos reproduzíveis em laboratório (e.g. formação da molécula da água – 2 H + 1 O = H2O).
  • Ciência das ORIGENS: trata dos eventos não-reproduzíveis em laboratório, nem espontaneamente (e.g. surgimento do universo, surgimento da vida).

Apelar para um criador anula o método científico?

NÃO, porque a Ciência estuda as causas 2ª dos efeitos verificáveis. No exemplo acima (da luz branca sendo decomposta nas várias cores), a ciência verá o espectro de cores e vai estudar o que o causa. Descobrirá que a causa é o prisma, quando a luz branca passa por ele. Então, poderá estudar a origem da luz, e descobrirá que é a energia que causa a luz. Mas ao estudar a energia, ele pára, porque o método científico não estuda o que vai além da Física, que, neste caso, se refere ao Criador inicial de todas as coisas que nós, cristãos, conhecemos como sendo Deus.

Surgimento do Universo:

A matéria que estuda os corpos celestes é a Astronomia. A Astronomia se divide em dois principais ramos:

  • Cosmologia: é a CIÊNCIA OPERACIONAL da Astronomia, que estuda as leis físicas e químicas que ocorrem em todo o Universo;
  • Cosmogonia: é a CIÊNCIA DAS ORIGENS da Astronomia, que estuda as teorias do surgimento do Universo.

Quando se pensa em uma teoria do surgimento do Universo na Cosmogonia, é imprescindível que ela não venha a ser incompatível ou que contrarie as leis físicas e químicas da Cosmologia; afinal de contas, elas tratam do mesmo objeto: o Universo. Então, a Cosmologia dá os fatos; e a Cosmogonia tem que entender qual o sentido destes fatos.

Leis fundamentais da Ciência Operacional:

Há algumas leis que são muito bem fundamentadas no campo científico. Isto quer dizer que elas foram bastante experimentadas a ponto de serem consideradas infalíveis e inevitáveis.

LEIS DA TERMODINÂMICA:

1ª Lei da Termodinâmica: A energia não pode ser criada nem destruída. A quantidade de energia sempre se mantém constante, muito embora ela se transforme de um tipo para outro.

2ª Lei da Termodinâmica: A energia utilizável de um sistema fechado e isolado sempre diminui.

Três hipóteses sobre a existência do Universo:

1 – O Universo é eterno;

2 – O Universo surgiu do nada e criado pelo nada;

3 – O Universo teve um início e foi criado.

A hipótese nº 1 é desmentida pela 2ª Lei da Termodinâmica. Podemos verificar que o Universo está “gastando” sua energia, e que ela um dia vai acabar. Por exemplo, a transformação do hidrogênio em hélio, que ocorre no sol, vai terminar assim que todos os átomos de hidrogênio forem transformados. Uma vez chegado a este ponto, o sol “morre”. E isto ocorre em todas as estrelas do Universo. Se o Universo “terminar”, é porque ele não é eterno. Não sendo eterno, deve ter tido um princípio. E, tendo um princípio, deve ter sido causado por algo ou alguém (Princípio da Causalidade).

O exemplo acima mostra um SISTEMA ABERTO, pois mesmo que a energia acabe, é possível recarregá-lo em um posto de combustíveis. Mas o universo é um SISTEMA FECHADO. Acabando a energia, não há um “posto de combustíveis cósmico” para recarregá-lo.

A hipótese nº 2 é logicamente impossível. O “nada” não pode gerar algo. O Universo não surgiu espontaneamente do nada, nem foi criado por ele, porque “uma vez o nada, sempre o nada”.

A hipótese nº 3 é a mais plausível das três. Há uma grande evidência científica e filosófica que apóia a idéia de que o Universo teve um princípio. A 2ª Lei da Termodinâmica é o pano de fundo para esta hipótese. Como visto antes, os fatos é que devem dar a luz às teorias, e não o contrário. E estas teorias não devem anular leis bem firmadas do conhecimento científico apenas para que sejam verdadeiras.

Teorias do surgimento do Universo:

  • UNIVERSO ETERNO: como visto antes, deve ser descartada, pois desconsidera a 2ª Lei da Termodinâmica;
  • UNIVERSO PULSÁTIL: para tentar remediar a questão anterior (de que o Universo acabará), foi criada esta teoria que afirma que o Universo explode, consome toda a energia, retrai-se até uma partícula fundamental, e, em seguida, explode novamente, recomeçando todo o processo. O problema é que, mesmo que o universo se contraísse novamente, ele não teria energia suficiente para uma nova explosão;
  • BIG-BANG: esta teoria afirma que o Universo surgiu de um ponto fundamental, onde toda a massa e a energia existente estiveram concentradas. A partir de certo momento, esta massa explodiu, gerando tudo o que vemos no nosso universo (galáxias, sistemas solares, planetas, cometas, asteróides, estrelas). Esta teoria vem sendo a mais bem comprovada de todas as teorias, pois há diversas evidências que sustentam esta posição.

O Big-Bang:

Existem pelo menos duas boas evidências científicas que apóiam o Big-bang:

1 – Radiação de fundo: existem, em todo o universo, traços de uma radiação que são compatíveis com a radiação que seria esperada de uma explosão da magnitude do Big-bang. Ela foi descoberta em 1919 e foi verificada posteriormente na década de 80, com o lançamento de uma sonda espacial, e finalmente confirmada em 1992, pelo satélite COBE (Cosmic Background Explorer).

2 – Universo em expansão: através de medições, pode-se verificar que os corpos celestes estão realmente se distanciando uns dos outros. Isto indica que eles, um dia, estiveram no mesmo local, e foram “arremessados” para todos os lados.

O Big-bang contraria a visão bíblica da criação?

DE FORMA ALGUMA. Gênesis 1.1 diz que “No princípio, Deus criou céus e terra”. Ele não precisa ter feito tudo instantaneamente, coisas como “de um segundo para outro, tudo que existe veio a estar como é hoje”. Podemos constatar, através de inúmeras evidências, que o Universo tem bilhões de anos. É claro que Deus, se quisesse, poderia ter criado tudo instantaneamente. Mas, neste caso, porque Ele teria criado o Universo com “uma aparência de velho”?

A Bíblia não é um tratado científico: ela pode muito bem dar a idéia principal, sem precisar dar detalhes. O versículo mencionado pode resumir o ato da criação do Universo, sem destacar o surgimento de tal galáxia, de tal planeta, de tal estrela. E este ato não precisa ter sido feito num dia, nem num minuto, nem num segundo. Aliás, a Palavra nem diz quanto tempo demorou a criação dele! E o fato de ele ter sido preparado por milhões de anos só vem a demonstrar a grandiosidade da obra de Deus.

Os cientistas, por mais que estudem as causas, vão chegar à massa inicial do Big-bang. E então o alcance da ciência chega ao seu limite. Podem se perguntar: “De onde veio esta massa inicial?”, e não vão poder explicá-la, pelo menos dentro dos limites da Física.

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quarta-feira, 9 de julho de 2008

O que é servir a Deus? 4


Mt. 6:24 – “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (ou as riquezas).”




O que é servir?

1. Realizar trabalho em favor de alguém;
2. Prestar culto/adoração/louvor/reconhecimento;
3. Obedecer (fazer a vontade) ao seu senhor;
4. Suprir necessidades de alguém;

a) Servir Ativamente: quando todos os itens acima estão presentes no seu ato servil.

b) Servir Passivamente: quando um ou mais dos itens acima estão faltando no ato servil.


A ESCOLHA É: servir a Deus ou servir à outra coisa. Você estará sempre servindo.

O serviço cristão deve ser ativo. É este tipo de atitude que Deus espera de nós e que nos aproxima Dele e realmente mostra o nosso amor e agradecimento. É este tipo que será recompensado no céu, e que continuaremos a fazer na Nova Jerusalém. Aqui, servimos como filhos.

O serviço passivo é um pouco mais difícil de compreender. Deus continuadamente transforma o mal que nós fazemos em um bem maior. Este bem nem sempre é evidente. Então, quando a pessoa age com egoísmo, ela estará fazendo mal a si mesmo, com certeza. O detalhe é que as pessoas não vivem isoladas. Cada ação que tomamos no nosso dia-a-dia pode influenciar várias outras pessoas, inclusive numa faixa de tempo bem ampla. Assim, uma má ação poderá ter reflexos em pessoas que, de fato, nem conheceram, muito tempo depois.

Na igreja recém-criada (Atos 2 em diante), houve uma grande perseguição aos cristãos, levando alguns deles á morte. Mas a maioria destes cristãos se espalhou por cidades, terras, países vizinhos. E, por onde passavam (como não podiam fixar residência – estavam fugindo), iam falando sobre o Jesus que ressuscitou! Estavam cumprindo o “IDE”, mesmo sem querer. O mal (a perseguição) foi transformado num bem (divulgação do evangelho pelo mundo). Os perseguidores, logicamente, não estavam fazendo a vontade de Deus, mas Deus os usou para um bem maior. Eles “serviram” a Deus, mas como uma ferramenta, um instrumento. Logo, não podem receber os “louros” do serviço.

A questão é que nós não escolhemos entre “servir” e “não servir”. Nossa escolha se encontra em “servir a Deus” ou “servir à outra pessoa (ou coisa)”. Sempre estaremos a serviço de alguém ou de algo, seja um ser espiritual, outra pessoa, coisas ou até mesmo uma ideologia/filosofia.

Quando novatos na fé se convertem, automaticamente eles vão querer servir a Deus de alguma forma, principalmente como forma de agradecimento. A dificuldade que surge é que eles não sabem exatamente o que é servir a Deus. Se perguntarmos pras pessoas na igreja o que é servir ao Senhor, muitos vão afirmar que é trabalhar na igreja, seja como diácono, professor de escola bíblica, obreiro, pastor, ou, o mais normal de acontecer, como integrantes do grupo de louvor.
Se servir é isto, então eu só sirvo a Deus nos momentos em que estou desempenhando meu cargo na igreja? E o restante do tempo? No meu trabalho secular, nos meus estudos da faculdade, no meu relacionamento familiar e com os amigos, e até no sexo, quem é meu Senhor, aquele a quem sirvo?

Nesse momento, alguns vão afirmar que basta seguir os preceitos morais ensinados na bíblia (como não mentir, não roubar) para estar servindo a Deus. Mas, ao mesmo tempo, dizem que o trabalho na igreja tem mais valor do que o secular. Será que para servir ao Senhor, de todo nosso coração, precisamos (todos) nos tornar pastores ou missionários?

É claro que não. Esta idéia advém de um entendimento parcial do nosso propósito aqui nesta vida. Logo no início de Gênesis, antes mesmo da queda do homem, você verá que a tarefa do homem era cultivar e cuidar da terra que Deus tinha dado. Não existe, nem mesmo no novo testamento, a idéia de que se deve largar nossos trabalhos seculares para nos dedicarmos exclusivamente à igreja. É evidente que, em alguns casos, isto pode e deve acontecer. Cada um tem um chamado. Agora, o indivíduo tem uma alta habilidade na medicina, ou é um cineasta talentoso, ou um artista. É um dom nato, dado por Deus. Deveria este indivíduo, na sua ânsia de servir a Deus, deixar de lado este talento e investir tempo numa coisa que ele não saiba fazer direito, como cantar, por exemplo?

Acho que é por isso que sentimos tanta falta de cristãos em inúmeros setores. Faltam políticos, educadores, cineastas, artistas, administradores, psicólogos, médicos, cientistas, fisioterapeutas, sociólogos, historiadores, marketeiros... gente que podia fazer a diferença no mundo, mostrando a multiforme sabedoria de Deus em suas vidas, e acabam se anulando e pensando erradamente que servir a Deus é praticamente morar dentro da igreja.

Não estou dizendo que devemos abrir mão do trabalho nas nossas congregações, nem mesmo que devemos atribuir menor valor ao trabalho eclesiástico. Meu objetivo é deixar claro que seu trabalho “secular” tem tanto valor quanto o seu trabalho “religioso”. Nos dois casos, você deve dar glórias e graças a Deus. Vamos cuidar para não nos tornarmos crentes “esquizofrênicos”, que agem de uma forma na igreja e de forma distinta fora dela. Jesus nos deu liberdade; vamos agir usufruindo dela! Deus nos deu dons, vamos usá-los para louvar a Deus e atingir outras pessoas com o amor dEle! Graças a Deus por tudo isso!

E então? Como você serve a Deus no seu dia-a-dia? Comente!
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