Teologia: abrange os assuntos sobre Deus e sobre a criação feita por Ele (a natureza);
Ciência: abrange os assuntos acerca da natureza (das coisas criadas);
A Verdade Absoluta não é propriedade de um tipo de matéria só (e.g. Física, Química, Biologia, Matemática, Teologia), mas todas estas matérias devem contribuir para a construção dela.
Se estudarmos individualmente cada matéria, sem levar em consideração as outras, podemos chegar a conclusões que serão contraditórias.
Representação:
Outra forma de entender:
Física: estuda tudo o que é material (e.g. plantas, rochas, animais);
Metafísica: estuda tudo o que é imaterial, aquilo que está além da matéria (e.g. lógica, o pensamento, sentimentos, Deus).
Logo, a ciência (como a conhecemos) trabalha com a Física. A Teologia estuda a Metafísica e as suas implicações no mundo da Física.
Só o que é cientificamente comprovado é verdadeiro?
Esta afirmação NÃO pode ser verdadeira, porque ela é uma afirmação que usa a lógica. A lógica é uma coisa imaterial (metafísica); portanto não é objeto de estudo da ciência. A ciência não pode “provar” que pensamos; de fato, a ciência pressupõe que o nosso pensamento é válido e é confiável para estudar o mundo. Entretanto, o pensamento é algo real que não pode ser provado cientificamente.
Princípio fundamental da ciência
Princípio da CAUSALIDADE
- Todo evento tem uma causa;
- Tudo que é finito e limitado precisa de uma causa;
- Tudo que teve um início deve ter uma causa.
Deus foi causado?
Se eu lhe perguntar: “Quem te fez?”, você responderia “Meus pais”. “E os seus pais?” Você responderia “Os pais deles” e assim por diante, até chegar ao primeiro ser humano. Perguntaria: “Quem fez o primeiro ser humano?”. “Deus” – você poderia responder. Aí vem a pergunta fatal: “Quem fez Deus?”.
Usando o princípio da causalidade, alguém teria que ter criado Deus. Mas e este outro ser? Quem seria? Aqui devemos ter cuidado. O Princípio da Causalidade não diz que tudo tem uma causa, ele diz que tudo que teve um começo deve ter uma causa.
Três opções para a causa da existência de Deus:
1 – Ele é um ser causado;
2 – Ele é um ser auto-causado;
3 – Ele é um ser não-causado;
A 1ª opção não responde nada, pois precisaríamos de um ser mais poderoso que Deus para tê-Lo criado, e não há nenhuma evidência da existência deste ser.
A 2ª opção é logicamente impossível. Para causar a Sua existência, Deus já deveria existir. Mas para começar a existir, Ele não deve existir ainda. Esta hipótese diz que Deus deveria existir e não existir ao mesmo tempo. E isto é completamente impossível.
A 3ª opção é a que nos responde adequadamente. Um ser eterno não precisa ser causado. A frase “O que havia antes de Deus existir?” não faz nenhum sentido. Deus sempre existiu, então não há um “tempo” antes disto. Esta hipótese é perfeitamente idêntica ao que a Bíblia nos diz sobre Deus: que Ele é eterno, que não havia ninguém antes dEle, nem haverá alguém depois. Ele não é causado por nada, nem ninguém. Ele é a causa primeira de todas as coisas que existem.
Tipos de ciência
- Ciência OPERACIONAL: trata dos eventos reproduzíveis em laboratório (e.g. formação da molécula da água – 2 H + 1 O = H2O).
- Ciência das ORIGENS: trata dos eventos não-reproduzíveis em laboratório, nem espontaneamente (e.g. surgimento do universo, surgimento da vida).
Apelar para um criador anula o método científico?
NÃO, porque a Ciência estuda as causas 2ª dos efeitos verificáveis. No exemplo acima (da luz branca sendo decomposta nas várias cores), a ciência verá o espectro de cores e vai estudar o que o causa. Descobrirá que a causa é o prisma, quando a luz branca passa por ele. Então, poderá estudar a origem da luz, e descobrirá que é a energia que causa a luz. Mas ao estudar a energia, ele pára, porque o método científico não estuda o que vai além da Física, que, neste caso, se refere ao Criador inicial de todas as coisas que nós, cristãos, conhecemos como sendo Deus.
Surgimento do Universo:
A matéria que estuda os corpos celestes é a Astronomia. A Astronomia se divide em dois principais ramos:
- Cosmologia: é a CIÊNCIA OPERACIONAL da Astronomia, que estuda as leis físicas e químicas que ocorrem em todo o Universo;
- Cosmogonia: é a CIÊNCIA DAS ORIGENS da Astronomia, que estuda as teorias do surgimento do Universo.
Quando se pensa em uma teoria do surgimento do Universo na Cosmogonia, é imprescindível que ela não venha a ser incompatível ou que contrarie as leis físicas e químicas da Cosmologia; afinal de contas, elas tratam do mesmo objeto: o Universo. Então, a Cosmologia dá os fatos; e a Cosmogonia tem que entender qual o sentido destes fatos.
Leis fundamentais da Ciência Operacional:
Há algumas leis que são muito bem fundamentadas no campo científico. Isto quer dizer que elas foram bastante experimentadas a ponto de serem consideradas infalíveis e inevitáveis.
LEIS DA TERMODINÂMICA:
1ª Lei da Termodinâmica: A energia não pode ser criada nem destruída. A quantidade de energia sempre se mantém constante, muito embora ela se transforme de um tipo para outro.
2ª Lei da Termodinâmica: A energia utilizável de um sistema fechado e isolado sempre diminui.
Três hipóteses sobre a existência do Universo:
1 – O Universo é eterno;
2 – O Universo surgiu do nada e criado pelo nada;
3 – O Universo teve um início e foi criado.
A hipótese nº 1 é desmentida pela 2ª Lei da Termodinâmica. Podemos verificar que o Universo está “gastando” sua energia, e que ela um dia vai acabar. Por exemplo, a transformação do hidrogênio em hélio, que ocorre no sol, vai terminar assim que todos os átomos de hidrogênio forem transformados. Uma vez chegado a este ponto, o sol “morre”. E isto ocorre em todas as estrelas do Universo. Se o Universo “terminar”, é porque ele não é eterno. Não sendo eterno, deve ter tido um princípio. E, tendo um princípio, deve ter sido causado por algo ou alguém (Princípio da Causalidade).
O exemplo acima mostra um SISTEMA ABERTO, pois mesmo que a energia acabe, é possível recarregá-lo em um posto de combustíveis. Mas o universo é um SISTEMA FECHADO. Acabando a energia, não há um “posto de combustíveis cósmico” para recarregá-lo.
A hipótese nº 2 é logicamente impossível. O “nada” não pode gerar algo. O Universo não surgiu espontaneamente do nada, nem foi criado por ele, porque “uma vez o nada, sempre o nada”.
A hipótese nº 3 é a mais plausível das três. Há uma grande evidência científica e filosófica que apóia a idéia de que o Universo teve um princípio. A 2ª Lei da Termodinâmica é o pano de fundo para esta hipótese. Como visto antes, os fatos é que devem dar a luz às teorias, e não o contrário. E estas teorias não devem anular leis bem firmadas do conhecimento científico apenas para que sejam verdadeiras.
Teorias do surgimento do Universo:
- UNIVERSO ETERNO: como visto antes, deve ser descartada, pois desconsidera a 2ª Lei da Termodinâmica;
- UNIVERSO PULSÁTIL: para tentar remediar a questão anterior (de que o Universo acabará), foi criada esta teoria que afirma que o Universo explode, consome toda a energia, retrai-se até uma partícula fundamental, e, em seguida, explode novamente, recomeçando todo o processo. O problema é que, mesmo que o universo se contraísse novamente, ele não teria energia suficiente para uma nova explosão;
- BIG-BANG: esta teoria afirma que o Universo surgiu de um ponto fundamental, onde toda a massa e a energia existente estiveram concentradas. A partir de certo momento, esta massa explodiu, gerando tudo o que vemos no nosso universo (galáxias, sistemas solares, planetas, cometas, asteróides, estrelas). Esta teoria vem sendo a mais bem comprovada de todas as teorias, pois há diversas evidências que sustentam esta posição.
O Big-Bang:
Existem pelo menos duas boas evidências científicas que apóiam o Big-bang:
1 – Radiação de fundo: existem, em todo o universo, traços de uma radiação que são compatíveis com a radiação que seria esperada de uma explosão da magnitude do Big-bang. Ela foi descoberta em 1919 e foi verificada posteriormente na década de 80, com o lançamento de uma sonda espacial, e finalmente confirmada em 1992, pelo satélite COBE (Cosmic Background Explorer).
2 – Universo em expansão: através de medições, pode-se verificar que os corpos celestes estão realmente se distanciando uns dos outros. Isto indica que eles, um dia, estiveram no mesmo local, e foram “arremessados” para todos os lados.
O Big-bang contraria a visão bíblica da criação?
DE FORMA ALGUMA. Gênesis 1.1 diz que “No princípio, Deus criou céus e terra”. Ele não precisa ter feito tudo instantaneamente, coisas como “de um segundo para outro, tudo que existe veio a estar como é hoje”. Podemos constatar, através de inúmeras evidências, que o Universo tem bilhões de anos. É claro que Deus, se quisesse, poderia ter criado tudo instantaneamente. Mas, neste caso, porque Ele teria criado o Universo com “uma aparência de velho”?
A Bíblia não é um tratado científico: ela pode muito bem dar a idéia principal, sem precisar dar detalhes. O versículo mencionado pode resumir o ato da criação do Universo, sem destacar o surgimento de tal galáxia, de tal planeta, de tal estrela. E este ato não precisa ter sido feito num dia, nem num minuto, nem num segundo. Aliás, a Palavra nem diz quanto tempo demorou a criação dele! E o fato de ele ter sido preparado por milhões de anos só vem a demonstrar a grandiosidade da obra de Deus.
Os cientistas, por mais que estudem as causas, vão chegar à massa inicial do Big-bang. E então o alcance da ciência chega ao seu limite. Podem se perguntar: “De onde veio esta massa inicial?”, e não vão poder explicá-la, pelo menos dentro dos limites da Física.