Provérbios 13:24 “Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga.”
Provérbios 22:6 “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”
Provérbios 29:15 “A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.”
Efésios 6:4 “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.”
Nos últimos dias, dois casos chamaram minha atenção. Ambos pelo amor (ou falta dele) dos pais aos seus filhos. O primeiro caso foi o daqueles rapazes cariocas de classe alta, que espancaram uma empregada doméstica no ponto de ônibus. Não bastasse o ato violento em si, repugnante foi ainda a justificativa, dizendo que se enganaram de alvo. Pensaram que a mulher era uma prostituta! Como se isso justificasse tal absurdo.
O pai de um deles, entrevistado pelos repórteres, primeiro se defendeu, dizendo que não era responsável pelo que seu filho fazia. E a seguir defendeu seu filho, colocando que seu filho era uma criança, e não deveria estar preso com os bandidos, pois era um garoto com estudo e caráter! Fiquei pensando: de quem é a culpa, então? Da mulher espancada?
O segundo episódio aconteceu em Porto Alegre. Uma mãe, moradora de um bairro pobre de Porto Alegre, denunciou seu próprio filho à polícia, pois ele havia matado uma amiga da família. O motivo da morte? Ela não quis dar dinheiro pro rapaz comprar drogas. A mãe, na TV, aos prantos, disse que não sabia mais o que fazer para tirar os filhos deste caminho (o filho mais velho também é viciado). A esperança é que ele, estando preso, fique longe das drogas.
Aparentemente, em ambos os casos houve falha na educação. A situação econômica deles é diferente. Um teve tudo o que o dinheiro pode comprar. O outro, nasceu na pobreza, sem oportunidades, num ambiente propício à marginalidade e às drogas. A sociedade até espera que o menos privilegiado se torne criminoso. Mas não um rapaz que teve tudo. Menos o amor e o cuidado de sua família.
O que me choca ainda mais é atitude dos pais diante do que seus filhos fizeram. Amor não é defender seus rebentos mesmo quando eles estão errados. Não é isentá-los da culpa pelo que fazem. Quem ama, corrige. Quem ama, quer o bem deles, mesmo que isto signifique algum tipo de punição, algum tipo de dor. Quem ama, faz tudo o que está ao seu alcance para que o seu filho ou filha siga o caminho correto.
Resumindo: quem amou mais? O pai que isentou a culpa de seu filho, mesmo sabendo que ele estava errado? Ou a mãe que mandou prender o seu caçula?
Em tempo: hoje, no Correio do Povo, vi mais um exemplo: um pai não paga a fiança do seu filho. Ele foi preso, no domingo, por dirigir embriagado e sem carteira (até porque está suspensa por outras infrações de trânsito). Ele mesmo o denunciou à Polícia Militar quando o rapaz, de 21 anos, pegou a caminhonete da família sem autorização. Palavras do pai: "Vamos deixar que ele reflita, na cadeia, sobre o que é melhor pra ele. Não dá pra passar a mão na cabeça, levar pra casa e amanhã ele fazer a mesma coisa. Como pai, quero que ele se recupere."
4 comentário(s):
Li atentamente esta postagem mas no fundo fico triste. Triste por saber de casos tão crueis como espancar alguém ou matar alguém. Não compreendo quando afirma que houve uma falha na educação dos filhos pois eu não concordo isto determina e bem falhas de carácter que nem a melhor das educações apaga. É um problema demasiado sério que não pode ser tratado com ligeireza necessitam de tratamento e de acompanhamento médico e quando há desvios de carácter é quase impossível reverter a situação e serão sempre reincidentes porque acreditam no seu domínio.
Nenhum pai deseja que seu filho seja drogado nem assasíno ou violento por isso não o educa para isso mas para poder ter orgulho no filho que gerou. Há desvios de crácter e situações inesperadas que lhes pode mudar o circuito da vida e nestes casos uma lição é bem merecida.Os pais são meras vítimas e o desgosto os acompanhará para sempre.
Oi Maria, seja bem-vinda ao blog e obrigado por comentar!
Você fez alguns questionamentos que eu gostaria de responder-te. Por exemplo, na questão da educação dos filhos e o caráter.
Quando eu falo em educação, não falo da formal, aquela da escola. Falo da presença dos pais em cada momento do desenvolvimento do filho, ensinando o que é certo, corrigindo o que está errado e dizendo o porque de estar errado. Uma falha de caráter se cria em alguém quando este comete atos reprováveis e ninguém (os pais, por exemplo) lhe repreende. E é sintomático, pois aquilo vai se desenvolvendo na pessoa de tal forma, que acontece realmente o que você disse: o indivíduo acredita estar fazendo o certo.
É verdade que nenhum pai deseja que seu filho se torne um marginal, ou outra coisa afim. Não é a cultura/educação a que ele tem acesso que vai fazê-lo ser uma pessoa de boa índole, e sim o amor e o cuidado na formação do caráter do filho, e isso vem, não só de ensinamento oral, mas também o exemplo vivo da vida dos pais. Uma idéia só é bem entendida quando é visualizada na prática.
Compare a uma planta, uma flor como a orquídea. Com um tutor ela cresce com uma direção definida. Sem ele, cresce de qualquer jeito.
Nesse sentido, não acredito que os pais sejam vítimas. Eles são responsáveis pela criação dos seus rebentos e, com certeza, alegrias ou desgostos os acompanharão, conforme o que seus filhos e filhas aprenderam.
Olá Leandro, desde já peço desculpa por só agora poder responder pois nem sempre tenho tempo para aqui entrar.
Aproveito a oportunidade para lhe dar os parabéns pois o seu blogge tem muita matéria interessante.
Quanto à sua resposta, permita-me a liberdade de contestar um pouco a forma como vê o assunto em questão pois é verdade que os filhos podem ser o reflexo dos pais mas infelizmente nem sempre isso acontece pois muita criminalidade existe nos jovens e não só, nada tendo a ver com a educação com os afectos e o acompanhamento em momentos importantes das suas vidas. Mesmo depois de tanta luta pela parte dos pais, os filhos seguem percursos de vida opostos.
Já fomos jovens e devemos ter bem presente nas nossas mentes todo o nosso percurso de vida os desafios, os perigos e as escolhas que tivemos de fazer. É nessa linha ou seja na margem que as escolhas são decisivas para as nossas vidas e nem sempre os pais podem ajudar porque são projectos só nossos e não desejamos ser ouvidos. A nossa personalidade parece estar mais clara e o nosso carácter se revela para o bem ou para o mal e depois lá chegam as tais escolhas.
Não é por se estudar nas melhores escolas por se frequentar a igreja ou por conviver com grupos que se identifiquem com os grupos familiares, com muito afecto e chamadas de atenção que o seu percurso de vida poderá ser "perfeito" há muitos outros desvios nestes percursos que ultrapassam os pais e tudo o que lhes foi oferecido foi em vão.
- Agora vejamos outro exemplo o daquelas crianças que com seis, oito ou dez anos e por aí fora... foram abandonados, sofreram maus tratos físicos e verbais, que passaram fome e até muitos cresceram em bairros sociais completamente degradados no seu ambiente e exemplos de vida degradante por parte dos pais e demais pessoas. Como se explica que essas crianças hoje homens e mulheres são pessoas de sucesso com moldes e parâmetros de vida diferentes? Foram os exemplos de vida que tiveram?
Entendo que numa determinada altura da sua vida a sua personalidade e carácter falou mais alto e fizeram-se as escolhas acertadas.
Ser Mãe ou Pai poderá ser de muita felicidade mas também de uma preocupação constante e de uma dor sem fim pois não os podemos proteger para sempre.
Oi Maria, obrigado por voltar e comentar! Agradeço pelos elogios!
Lendo o seu último comentário, tenho que concordar com diversas coisas que dizes. É impossível ter um controle total sobre o que nossos filhos têm acesso quando não estamos perto. O adultos de hoje são um misto do que seus pais são (e o que ensinaram) e o que o mundo 'ensinou'. São muitas variáveis que estão envolvidas.
Eu, pessoalmente falando, penso que os pais podem dar exemplos (bons e maus) para seus filhos, de forma expressa, omissiva e permissiva. Expressa, é do tipo 'conselho' ou ensinamento de algum padrão ético/moral, de forma direta. Omissiva, quando deixam de corrigí-los no momento adequado (este é o que eu mais vejo como problemático). E permissivo, quando permitem que outros tipos de influência (notadamente negativos ou positivos) façam parte da vida da criança ou jovem. Como exemplos, posso citar o círculo de amigos e o tipo de ocupação do tempo livre.
Temos que ter em vista que, mesmo que ensinemos o que é certo, há ainda o livre-arbítrio. Cada um decide o que faz e o que será da sua vida. É lógico que nós, como educadores, não vamos querer transformar nossos rebentos em robôs, que só fazem o que mandamos. Mas é nossa obrigação, mesmo com as evidentes dificuldades envolvidas na educação deles, fornecer-lhes subsídios para que eles possam tomar a atitude mais acertada. E orar a Deus, para que Ele os proteja do mal e os lembre de tudo o que foi ensinado.
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