Neste começo de ano, as emissoras de TV estão se esforçando para ganhar a disputada audiência do povo brasileiro com seus programas. Muitas delas estão usando e abusando de um formato chamado “reality show”, ou em bom português, “show de realidade”.
Perdoem-me se estiver enganado, mas realidade não é o que nós vemos todos os dias nos noticiários? Gente roubando, matando, prostituindo, enganando, traindo... e não hesitamos em condenar os agentes destes crimes. Mas quando as mesmas coisas acontecem nestes reality shows, é uma diversão! Aliás, o programa fica chato quando não há brigas, nem sexo, nem armações. Mas os produtores ficam espertos: havendo qualquer indício de mornidão, novos artifícios são usados para exaltar os ânimos.
Todo o espectro da maldade humana já é horrível de se ver todos os dias, quando vemos amigos, colegas de trabalho, vizinhos, familiares ou estranhos mesmo praticando estes atos terríveis contra as pessoas, nos atingindo por diversas vezes, inclusive. E o que estes programas exploram é justamente toda esta podridão, tentando fazer com que os telespectadores tomem partido de um ou outro, mas, que no final de contas, movam a ciranda comercial e financeira que é, afinal, o objetivo principal destes que promovem os reality shows.
O pior de tudo é que não é somente os participantes dos programas, que, motivados por dinheiro – ganância – orgulho – vaidade, pecam. O que mais me revolta é o fato de pessoas se reunirem em frente à TV para se divertir com os desvarios pecaminosos dos outros. Isto se enquadra numa classe especial de pecado, eu creio. Já ouvi falar que as pessoas procuram expiar seus problemas, suas dores, suas culpas através do entretenimento. Ou devo estar muito enganado, mas se estou com problemas, olhar outros praticando o mal não me ajudará de forma alguma; antes, aliás, ajudará sim: mas para levar-me a um caminho que não é de benção de jeito algum. Aliviar a minha maldade olhando a maldade dos outros, para talvez me sentir um pouco melhor, já que existem "outros piores do que eu"?
Por este motivo eu clamo a todos os que se dizem crentes em Jesus Cristo, e aos que não são também, que abstenham-se de participar de um entretenimento tão ruim quanto estes “shows de realidade”. Já temos desgraças demais no mundo para nos “divertir”. Que tipo de ser humano somos se aprovamos e nos divertimos com o mal alheio? Convido ao leitor a meditar sobre este texto e sobre a Palavra abaixo. Se queremos um mundo melhor, para nós e para nossos filhos, talvez devêssemos começar em pequenas coisas, tais como saber com o que se distrair no tempo livre. Vamos começar por este ano!
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. (Romanos 1:28-32 - grifo do autor).
Leiam também o texto de Renato Vargens.