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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A verdadeira religião - Carta de Tiago - parte 1 0




Quem nunca foi confrontado com a pergunta “Qual é a religião verdadeira?” Mesmo os cristãos podem se questionar se estão realmente praticando tudo aquilo que Jesus ensinou. Será que devo me enclausurar e me dedicar à uma vida monástica, abstendo-me de todo prazer, luxo e conforto, como os monges católicos? Devo largar minha profissão secular e estudar para ser ministro do evangelho, no louvor ou na pregação, como muitos cristãos sinceros o fazem? Quem sabe temos apenas que cumprir a regra de ouro, amando a todos, inclusive os que nós consideramos “inimigos”, suportando, inclusive suas práticas incompatíveis com a doutrina cristã? Como posso ter certeza que a minha vida está sendo guiada e santificada pelo Espírito Santo, contribuindo para a implantação e desenvolvimento do Reino de Deus?

Felizmente, Deus não nos deixa “na mão” em nenhum aspecto de nossas vidas desde que a entregamos a Ele. O Senhor pode, de várias formas, nos guiar no nosso desenvolvimento; seja através de nossos líderes, de nossos irmãos em Cristo, através de revelações, da Palavra escrita,... Neste texto, vou ressaltar este último método pois, creio, ser o mais inconfundível e autorizado meio que Deus utiliza para falar com cada um de seus filhos.

Peculiaridades do Livro de Tiago

Os cinco capítulos do livro de Tiago são muito conhecidos, principalmente em virtude do aparente contraste com as cartas de Paulo, no tocante à justificação. Críticos da Bíblia afirmam que há grandes contradições entre os ensinos dos dois escritores: Paulo ensina que a justificação é pela fé, enquanto Tiago declara que a justificação é por obras. Obviamente, esta aparente contradição foi facilmente desfeita. Ambos os escritores declaram que a salvação é um dom gratuito de Deus, embora cada um deles tenha realçado alguns aspectos particulares desta doutrina. Paulo fala acertadamente quando dizia que a justificação é pela fé: não há outra forma de obter o perdão de Deus e escapar da justa ira divina vindoura a não ser tendo fé nAquele que veio para nos salvar, Jesus Cristo. E Tiago concordava com isto. Entretanto, ele quis mostrar aos destinatários de sua carta que a salvação naturalmente implicava em boas obras, já que o poder salvífico de Deus opera nas vidas daqueles que realmente são convertidos. Resumindo: A salvação vem pela fé, mas a fé é demonstrada através das boas obras que resultam da salvação: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10).

Desfeita esta ‘dificuldade’, vamos nos ater ao conteúdo principal deste texto: os aspectos da verdadeira religião. A grande ênfase que a carta de Tiago exibe está numa exposição clara e simples da vivência prática do evangelho. Neste ínterim, os três primeiros capítulos são os mais expressivos.

Gozo e paciência no meio das provas

Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações, sabendo que a aprovação da vossa fé produz a perseverança; e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma (Tg 1:2-4)

Não é incomum que aqueles que seguem a Jesus Cristo sejam alvo de grandes dificuldades, estejam elas no âmbito espiritual, emocional ou físico. Jesus já havia dito: “no mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (Jo 16:33)”. É pouco provável que durante a nossa vida cristã não venhamos a enfrentar problemas. E qual a reação que nós, cristãos, devemos ter? Jesus disse que teremos paz; mas como isto funcionará se às vezes parece que estamos sob “fogo cruzado”?

Primeiramente, ao salvar-nos, Jesus reatou o relacionamento do homem com Deus. Antes estávamos em rebeldia e sob a ira Dele; agora, estamos em paz com o Senhor, considerados como filhos Dele e Seu Espírito habita em nós. A paz que temos não é a paz que o mundo tem: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize (Jo 14:27)”. Eu costumo dizer que a paz de Deus é uma “paz no meio da tribulação”. Destarte, não é algo que temos que procurar; a segurança da salvação nos faz crer que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28)”. Contudo, devemos nos alegrar de passar por provações, pois elas resultarão num aprimoramento do nosso ser. É a certeza de que Deus está trabalhando na nossa vida, produzindo um fruto de paciência (Veja Gálatas 5.22). A analogia com o ouro é muito boa: quanto mais quente, mais o ouro “sofre”. Mas com este “sofrimento”, toda a impureza é separada, ficando apenas o puro ouro.

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Leia a parte 2 deste texto clicando aqui.

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