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sexta-feira, 26 de março de 2010

A origem do senso de justiça 0




Para os evolucionistas, a existência do senso de justiça é um mistério. Qual seria a vantagem biológica de se agir de forma cooperativa e justa com estranhos? As três teses mais comuns são que este senso está relacionado aos nossos ancestrais; a que considera como uma construção cultural; e a que atribui à religião.

Joseph Henrich, pesquisador da universidade de British Columbia, realizou um estudo com o objetivo de testar as teses. Para o estudo, foram recrutados 2.148 voluntários de 15 pequenas comunidades, como os Dolgan (caçadores da Sibéria), os Hazda (nômades da Tanzânia) e os Sanquianga (pescadores da Colômbia).

Os voluntários foram convidados a participar de uma série de testes que envolvem noções de justiça. Um deles, por exemplo, intitulado “jogo do ditador”, consiste em selecionar dois participantes que não se conhecem e dar a um deles uma quantia em dinheiro com a condição de que este dê algum valor para o outro. O ditador era livre para escolher o quanto.

Segundo os resultados, o senso de justiça seria uma construção cultural. Os voluntários que viviam nas comunidades com menos comércio tiveram uma tendência a ser mais injustos. A religião também parece ter uma influência na questão. No jogo do ditador, por exemplo, as ofertas dos participantes religiosos foram, em média, 10% maiores do que as dos participantes ateus.

Fonte: The Economist. Via Opinião e Notícia.

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Observações sobre a notícia:

Totalmente questionável é o resultado desta pesquisa. Primeiramente, ela não é uma situação real. Os voluntários na pesquisa estão influenciados, por causa do observador, a agir, às vezes, de forma adversa a que teria em um ambiente diferente. Resultados do laboratório divergirão de resultados externos. E a noção de justiça não é derivada exclusivamente do dar ou não dinheiro para alguém. Mesmo este ato pode ter aplicações diferentes em situações diferentes. Uma pessoa pode dar mais dinheiro para alguém se achar que ela teria mais necessidade, como se ela precisasse para um tratamento médico, por exemplo. Ou daria menos (ou nada) se soubesse que ela usaria para se drogar.

Outra crítica que pode ser feita à pesquisa é que ela trata de como as pessoas agem (descrição dos atos morais), e não de como elas deveriam agir (prescrição dos atos morais). O que o pesquisador fez foi um estudo sociológico; não diz nada sobre a origem da moralidade. Os resultados obtidos distam tremendamente dos objetivos propostos.

Além disto, há um terceiro 'senso de justiça' infliltrado na pesquisa: o do pesquisador. Segundo ele, pessoas advindas de uma determinada situação seriam mais injustas do que outras. Gostaria de saber porque ele acha que a opinião dele tem mais peso do que a dos indivíduos avaliados. É Deus que fornece o fundamento último sobre moral e ética.

Porque o mandamento é uma lâmpada, e a instrução uma luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida (Prv 6:23)

Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio nos teus mandamentos.
Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus estatutos.
A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples.
Justo és, ó Senhor, e retos são os teus juízos.
A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade.
Há muito sei eu dos teus testemunhos que os fundaste para sempre.
A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre. (Sl 119.66,68,130,137,142,152,160)


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