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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Adoracao em espirito e em verdade 2





Este estudo foi inicialmente utilizado na EBD este mês, e publico para os alunos usarem como fonte de pesquisa.




O que é – conceito

Há vários conceitos do que seria adoração. Vejamos alguns:

  1. Superabundância de um coração grato, consciente do favor divino;

  2. O derramamento de uma alma sossegadamente na presença de Deus;

  3. A ocupação do coração, não com as necessidades, nem mesmo com as bênçãos, mas com o próprio Deus;

  4. O desabrochar de um coração que conhece o Pai como Aquele que deu o Filho como Salvador, e o ES como o Hóspede que habita em nós;

  5. Reconhecer Deus como Ele é, reconhecer-nos a nós mesmos por quem somos, e reagir devidamente a isso.


Sujeitos da adoração

  1. O ser humano (individual ou coletivamente) – é o que presta a adoração

  2. Deus – quem recebe e é digno de toda adoração

Alcance da Adoração

  1. Vertical – edifica o relacionamento entre homem e Deus

  2. Horizontal – edifica o relacionamento entre um irmão e outro

Objetivos da adoração

  1. Agradar a Deus – Sl 19.14

  2. Para restaurar nosso relacionamento com Deus

  3. Para nos tornarmos parecidos com Ele - 1co 15.40; 2co 3.18; 1jo 3.2

  4. Para nos beneficiar, porque somos santificados

  5. Para edificar o relacionamento da Igreja com o seu dono (Cristo)

Quando devemos adorar

  1. Nas assembléias, congregações – cultos;

  2. Nas nossas casas;

  3. Todos os lugares;

Como devemos adorar

A Bíblia Sagrada nos dá, no NT, algumas diretivas que podem nos guiar para uma adoração correta e agradável a Deus. Os capítulos 11, 12, 13, 14 de 1 Coríntios versam sobre o tema.

  1. Ajuntar-nos para o melhoramento de todos - 1co 11 17-26

  2. Manter em mente o propósito da adoração - 1co 11 27-29

  3. Funcionar como um só corpo - a adoração deve ser tanto vertical (edificar relacionamentos com Deus) quando horizontal (edificar relacionamentos entre as pessoas) - 1co 12 12-21

  4. Devemos nos preocupar com os outros, dando honra a membros aparentemente menos dignos de honra - 1co 12 22-25 (comp. Tg 2 1-13)

  5. Devemos tratar uns aos outros com amor - 1co 13.1-8

  6. Devemos procurar edificar uns aos outros - 1co 14 14:3, 4, 5, 12, 17, 26, 31

  7. Fazer tudo com decência e ordem - 1co 14.40

  8. Apresentar nosso corpo inteiro como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus – culto racional.

O que não devemos fazer

Às vezes acontece de pensarmos estar adorando a Deus, mas na realidade não estamos:

  • Podemos não estar adorando por termos um propósito errado ao nos reunirmos - Mt 15-8 = Jesus citando Is 29.13

  • Podemos não estar adorando por causa do pecado em nossa vida - Am 5 21-27

  • Podemos não estar adorando por termos feito algo que ofendeu um irmão - mt 5 23-24

Forma e conteúdo da adoração

1co 12.6,7 - E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.

Forma e conteúdo andam de mãos dadas tanto na adoração quanto em toda espécie de arte. Tanto na arte como na adoração: Se a mensagem transmitida pela forma não for a mesma expressa pelo conteúdo, acabaremos tendo uma arte falsa ou falsa adoração. A imagem da tubulação e da água ilustra o assunto da expressão cultural. Conquanto os tubos possam ser de materiais diferentes — metal, plástico, cimento — todos eles podem transportar água. Semelhantemente, expressões culturais diferentes podem transmitir uma verdade particular.

Porém, uma coisa é importante: Precisamos ter certeza de que quando a água chega a nós e a bebemos, ela ainda é pura, não adulterada, verdadeira. Se essa água for alterada em sua composição química, ela pode se tornar um veneno. Certos canais ou tubos podem mudar a natureza da água. Se eu usar um tubo de chumbo para transportar minha água, ela colherá no trajeto chumbo suficiente para me deixar doente. Aquilo que é essencial à vida pode tornar-se causa de doença. Se nossa forma de adoração de algum modo adulterar a mensagem que queremos transmitir, ela não é uma forma apropriada de adoração e precisamos mudá-la. Por outro lado, se transmite verdadeiramente a mensagem de adoração, mesmo que não seja na forma tradicional, então é um formato apropriado para a adoração.

Até agora, podemos concluir o seguinte:

Perguntas que NÃO SÃO as questões que interessam:

  • É certo bater palmas no culto de adoração?

  • Este estilo de música é aceitável?

  • Devemos usar dramatização no culto de adoração?

  • Devemos ajoelhar ou ficar em pé para a oração?

  • É válido existir coreografia na igreja?

  • Que tipo de dança é permitido fazer na coreografia?

Perguntas que SÃO pertinentes:

  • Como podemos captar o senso de santidade na adoração?

  • Como podemos moldar o culto de adoração, de forma que o adorador seja conduzido a concentrar-se em Deus, em vez de na música ou na pregação?

  • Como podemos expressar alegria e reverência na adoração e manter o equilíbrio entre as duas?

  • Que expressões de adoração podem ajudar os membros da congregação a se tornarem melhores praticantes de sua fé, ou seja, exercer misericórdia e justiça, os sinais da verdadeira adoração?

  • Como o culto de adoração pode comunicar nossa mensagem ao mundo?

Adoração corporativa e adoração pessoal

Adoração pessoal

Adoração é a comunhão do espírito humano com o Espírito Divino; então ela não é de natureza física. Intrinsecamente ela é um sentimento, um pensamento gerado na mente humana. Atos físicos acompanham o que sucede na mente do adorador, mas são apenas acompanhamentos. Pode envolver o curvar a cabeça, o ajoelhar, mas não é a adoração em si. Por exemplo, Deus não é adorado quando suas mãos entregam a oferta, mas tem o seu coração consagrado ao dinheiro (Ez. 33.31). Discernir o corpo de Cristo (1Co 11.29) não é algo feito por um dedo ou boca. Um homem pode usar seus lábios para louvar ao Senhor mesmo quando seu coração está longe Dele (Mt 15.8). O fruto de lábios que cantam não é adoração por si só, mas esse fruto acompanha a adoração feita no coração (Hb 13.15; 1co 14 15).

Adoração corporativa

A adoração também é um ato corporativo. Vimos a Deus como um corpo de crentes. Isso envolve tanto a dimensão vertical quanto a horizontal. Freqüentemente, quando adoramos, interagimos num grau limitado com as pessoas ao nosso redor, mas a verdadeira adoração precisa conduzir-nos a maior intimidade não apenas com Deus, mas também com o corpo de adoradores. Por serem nossas igrejas cada vez mais multiculturais e multigeracionais, a dimensão horizontal se tomou um desafio. Cada um dos diferentes grupos aspira expressar a adoração a seu próprio modo.


Verificando algumas dificuldades de entendimento

Adoração não é “tudo o que fazemos”

Alguns estão ensinando que como tudo o que o crente faz glorifica a Deus (1co 10 31), a vida do cristão não se divide em religiosa e secular, e, portanto, tudo o que fazemos é adoração. É uma interpretação apressada em conjunto com Rm 12.1 e 2co 5 14-15. Aqui fala de estar a serviço de Cristo 24h por dia, e não adorando 24h. Lembre-se que a adoração é mental e interna (meditação). Ninguém consegue focalizar seus pensamentos em Deus 24h, e mesmo que conseguisse, seria uma pessoa inútil, pois não poderia realizar nenhum serviço prático nesta vida (inclusive comer, beber e dormir).

Adorar não é um ato contínuo

Abraão subiu ao monte para adorar e depois voltou ao acampamento (Gn 22.1-5);

Davi, depois de orar e jejuar por 7 dias pelo filho moribundo, foi a casa do Senhor, adorou, voltou e comeu (2sm 12 15-20);

Um etíope andou uns 800 quilômetros de carruagem para ir adorar em Jerusalém (At 8.27) e depois voltou para casa.

Adoração não é o mesmo que serviço

Adorar é servir a Deus. Mas nem todo serviço é adoração. Arar um campo, tocar violão, comer um sanduíche não é adoração.

  • Adorar = ato vertical = de baixo (nós) para cima (Deus)

  • Serviço = ato horizontal = para os lados (de mim para os outros e vice-versa)

Em que sentido deve ser feita a adoração

Nossa adoração pode ser expressa em 5 sentimentos oferecidos a Deus.

  1. Louvor (Hb 13.15) - Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.

  2. Ações de graças (Fp 4.6 e Ef 5.20) - Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. // Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo;

  3. Arrependimento (1Co 11.28) - Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.

  4. Petições (Fp 4.6) - Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.

  5. Alegria e paz (Fp 4.7) - E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

Funcionamento do sistema de adoração no AT

  • Adoração sacrificial (Nm 28,29);

  • Louvor a Deus - Cantar salmos, hinos, cânticos espirituais - 1Cr 16.23; Sl 95.1; 96.1,2; 98.1,5,6; 100.1,2);

  • Buscar a Deus em oração - Gn 20.17; Nm 11.2; 1Sm 8.6; 2 Sm 7.27; Dn 9.3-19; cf. Tg 5.17,18);

  • Confissão dos pecados – Lv 16 – o Dia da Expiação;

  • Leitura em conjunto das Escrituras e sua fiel exposição - Dt 31.9-13; Neemias 8.1-12;

  • Traziam dízimos e ofertas - Sl 96.8; Ml 3.10;

Novidades no NT

  • Não há mais sacrifício, pois foi feito um sacrifício de uma vez por todas, na cruz de Cristo (Hb 9.1—10.18);

  • Há a atuação do Espírito Santo e suas manifestações - (1Co 12.7-10);

  • Há a prática das ordenanças: Ceia do Senhor (At 2.42) e o batismo (At 2.41; 8.12; 9.18; 10.48; 16.30-33; 19.1-5);

Aplicação

Cânticos de adoração


  • Começou em Exodo 15 - Moisés dirigiu o povo num cântico para celebrar a libertação da escravidão egípcia.

  • Após a Ceia, Jesus e os apóstolos cantaram um hino (Mt 26.30);

  • A igreja primitiva também cantava nas suas reuniões - 1 Co 14.15

Passagens que merecem um comentário a mais:

Ef 5.18-19 - E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração;

Cl 3.16 - A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.

Distinções:

  • Salmos - referem-se, obviamente, aos diversos salmos da Bíblia – Os salmos eram/são o hinário judeu – refletem a adoração a Deus Pai;

  • Hinos - cânticos de louvor e/ou adoração ao Senhor Jesus, principalmente, mas pode ser a Deus Pai também;

  • Cânticos espirituais - canções criadas pelos membros, carregada com alguma mensagem espiritual.

Deve-se levar em conta que nestas passagens, no contexto, Paulo exorta as igreja a se comportar assim no seu dia-a-dia, não necessariamente só nos cultos de adoração.

Nos nossos cultos, quando nos reunimos nas assembléias, o período de louvor deve conduzir o povo a uma adoração séria, correta, voltada a Deus. Por isso, as músicas que devem ser utilizadas neste momento devem ser da natureza dos salmos e hinos. Cânticos espirituais não são recomendados no louvor a Deus, pois eles servem para nos ensinar alguma verdade bíblica. Isto não impede que em algum momento do culto, como após a pregação, cantarmos estes cânticos, até mesmo para fixar melhor a Palavra em nossas mentes e corações, desde que seja com ordem e decência.


Curiosidade

Não há nenhuma evidência que se usavam instrumentos musicais na igreja primitiva do NT. Aparentemente, os cânticos eram entoados à capela. Mas isso é suposição.


Danças de adoração

Há algumas passagens bíblicas que colaboram com o uso de dança no louvor e, conseqüentemente, na adoração a Deus.

  • Em Êxodo 15:20, Miriã conduziu as mulheres do povo em uma dança, para adorar a Deus logo após a travessia do Mar Vermelho.

  • Segundo a Bíblia, a dança é uma forma de louvor. Em Salmos 149.3 e Salmos 150.4, o salmista convida a louvar o nome do Senhor com danças.

  • Também é uma expressão de alegria e felicidade. Davi dançou e pulou de alegria ao trazer a Arca de Deus de volta a sua cidade (2sm 6 14 e 1cr 15 29)

Há a necessidade, porém, de levar em conta de que forma se faz esta adoração com danças. Devemos ter em mente que qualquer coisa que venha a prejudicar a adoração à Deus pelo povo, deve ser sumariamente cortada. Por isso, algumas denominações não consideram a dança como forma legítima de adoração, até mesmo porque não há qualquer menção a danças na igreja primitiva. Se for usada, deve-se, então, verificar se ela ajuda as pessoas a adorar o Pai em Espírito e em Verdade, ou seja, que ela não adultere o "conteúdo" e objetivo da adoração.

Conclusão


Por tudo o que foi visto e analisado, podemos ter base suficiente para discernir o que é e o que não é certo na adoração a Deus. Devemos sempre lembrar que toda a adoração é feita a Deus: é a Ele que devemos agradar.

Perguntas:

  1. Conseguem discernir se uma música “gospel” é um hino ou uma canção qualquer, de auto-ajuda, por exemplo?

  2. Conseguem identificar se uma música tem uma mensagem espiritual? E correta?

  3. Que tipo de dança é possível ser feita na Igreja?

  4. O que é adorar em Espírito e Verdade?

Para pensar:

Um reinado sem unção é apenas um reinado. Um louvor sem unção é apenas música. Uma pregação sem unção é uma palestra. Uma dança sem unção é apenas uma dança. Mas quando algo é feito na unção de Deus, o poder de Deus é manifesto e as coisas acontecem. Um simples tocar de um instrumento se transforma em liberação de poder, e aí sim, Deus opera”.



Fontes: "n" sites na Internet, Lições bíblicas e a principal: Bíblia Sagrada (ACF)

comment 2 comentário(s):

Anônimo disse...

Eu fiquei curioso com um exemplo de não ser adoração um serviço que você citou. Tocar violão. Mas e se um membro de um ministério toca o violão no culto no intuito de ser instrumento do Senhor para quebrantar os corações?
E o trabalho do líder que ensaia o seu ministério? Eu entendo como adoração. Se o propósito for de Glorificar Deus, é adoração, não é?
Admiro seus textos e sua forma de pensar. Estão em concordãncia com o que penso. E obrigado pelo assunto colocado em seu blog a respeito do SEGREDO, Deus te abençõe, irmão!

Leandro Teixeira disse...

Olá Denis, tudo bem? Seja bem-vindo ao blog, e comente sempre que quiser!

O que eu coloquei foi que o simples ato de tocar violão não significa necessariamente adoração, assim como comer e dormir. É claro que o violão usado com o intuito de melhorar o louvor a Deus pode ser adoração. Tudo depende da intenção do coração, pois é ele que Deus vê, e não a aparência, não é mesmo?

E louvado seja Deus, que nos capacita a adorá-lo conforme a Sua vontade!

Deus te abençoe!

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