A Constituição Brasileira de 1988 defende o direito à vida, inclusive dos nascituros. Para contornar tal problema, os pesquisadores a favor do uso de células-tronco embrionárias querem desclassificar o embrião como sendo um ser humano. Consideram-no, no máximo, como um ser humano em potencial.
O argumento pró-pesquisa diz que o embrião não é ainda um ser humano, pois ainda não exerce nenhuma atividade neurológica. Cientificamente, o embrião começa a ter alguma atividade neurológica a partir do 12º dia de gestação, quando o Sistema Nervoso Central (SNC) inicia sua formação. A motivação que leva os indivíduos argumentarem que um ser sem SNC não é ser humano decorre da condição de estipular a morte ou não de um ser humano ao se detectar sua morte cerebral. Sem atividade cerebral, a morte é decretada.
Mas as situações são diferentes. O embrião pode não ter SNC, mas vai desenvolvê-lo, no decorrer do tempo. Há expectativa para ela. O embrião não está indo em direção à morte, mas à vida. A pessoa nascida, que tem suas atividades cerebrais extintas, não tem mais possibilidade de seu SNC voltar a funcionar. Não há expectativa para ela. Está indo em direção à morte total. Então, usar este tipo de argumentação é um mero jogo de palavras, um engodo, um erro.
Outro argumento dos militantes pró-pesquisa é de que não podemos voltar aos tempos do obscurantismo, da Idade Média. Aqui reside um tipo de preconceito, de que uma pessoa que defenda idéias ditas religiosas são contra o desenvolvimento científico. É bem verdade que, na Idade Média, tivemos uma pausa por causa da religião. Mas esta pausa não foi movida pelos mesmos motivos de agora. Não são interesses políticos que estão em jogo hoje, mas vidas humanas. O que não se quer permitir é liberar a pesquisa com seres humanos sendo usados como cobaias, com o propósito de atingir um 'bem maior'. Este argumento quer intimidar as pessoas de forma que elas não aceitem ser manipuladas pelos grupos religiosos como em outras épocas já aconteceu. Veja a diferença: não é um interesse institucional que está sendo defendido, mas a vida de um embrião, uma vida humana.
Uma desculpa jogada na mídia é a de que os embriões estão congelados há muito tempo, e são inviáveis para a geração da vida. Pergunta-se: se são inviáveis, por que fazem tanta questão de usá-las para extração de células para salvar vidas? Divulga-se que o destino de tais embriões será o lixo ou o congelamento eterno; então, porque não utilizá-los? O que não se explica também é que, mesmo juntando os cerca de 30 mil embriões congelados hoje no Brasil, não seria possível arrecadar mais de 4,5 milhões de células-tronco embrionárias (CTE). E o que tem isto a ver? Uma única injeção com células-tronco adultas (CTA) para tratamento de coração, por exemplo, tem cerca de 40 milhões de CTA, muitas vezes mais do que o temos em 'estoque'. Como conseguiriam mais CTE? Através de clonagem. Clonagem humana. Criaria-se mais seres humanos só para em seguida serem destruídos. E, vamos lembrar, a clonagem tem inúmeros problemas de ordem prática; nem mesmo os cientistas podem afirmar com certeza qual seria o resultado de uma clonagem de embriões ditos 'inviáveis'.
Os tratamentos feitos com células-tronco que estão tendo êxito hoje são as feitas com CTA, provenientes do próprio paciente. Não há nenhum resultado de sucesso feito com CTE, mesmo nos países onde a pesquisa é liberada há vários anos. Ninguém fala que o tratamento com CTE gera o mesmo tipo de problema que um órgão transplantado, ou seja, há a necessidade de se tomar imunodepressores o resto da vida. Ninguém fala também que as CTE, em especial as provenientes de embriões congelados, alteram seu comportamento no corpo que as recebe, podendo se reproduzir descontroladamente, criando tumores e até mesmo câncer. Que o local onde as CTE são inseridas pode as rejeitar e causar grandes infecções, até mesmo piorando o estado do paciente. Nem mesmo falam que as inúmeras vantagens propagandeadas pela mídia são fruto da imaginação dos cientistas, pois são apenas especulações sem respaldo prático.
Mesmo que houvesse casos reais de cura com a utilização das CTE, isto não justificaria a morte de um ser humano inocente para que outros se salvem. O grande paradoxo que os defensores da pesquisa com as CTE enfrentam é que eles querem seus direitos constitucionais garantidos, como o direito de viver com dignidade, o direito à saúde, ao mesmo tempo que querem negar estes mesmos direitos aos embriões, que são protegidos pela mesma Constituição.
Na Segunda Guerra Mundial, Hitler conseguiu convencer um país inteiro de que os fins justificavam os meios. A pesquisa científica feitas com as pessoas, nos campos de concentração, era de conhecimento da maioria. Porque ninguém se manifestou contra este tipo de atrocidade contra a vida de seres humanos? Simples. Eles simplesmente declararam que os judeus, por exemplo, não eram pessoas. O mesmo tipo de coisa está sendo feito aqui no Brasil. Querem declarar que o embrião não é ser humano, logo, a Constituição Federal não cobre seus direitos e não há nenhum problema ético envolvido. O ser humano está definindo quem é humano e quando começa a vida. Deus está sendo destituído do seu papel.
4 comentário(s):
Esqueci de perguntar: como você conheceu o doutor William Craig? Eu só ouvi falar dele muito recentmente através ded um link em www.probe.org.
Olá, Allan!
Conheci o Craig através de uma comunidade do Orkut, a "Tradutores da Fé", onde os seus membros, incluindo eu, trabalham em traduções de seus textos. O resultado destas traduções pode ser visto em www.apologia.com e aqui mesmo neste blog.
Abraço!
Ops! Falha nossa. A comunidade do Orkut chama-se Tradutores em Defesa da Fé, e seu endereço é:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=16132055
Abraço.
Leandro,
Acabei de visitar a comunidade e achei uma idéia fantástica! De lá segui um link e fui parar no blog http://www.apologia.com.br/, que é muito bonito e tem uns textos maravilhosos. Eu achava que estava com bem pouca companhia nessa luta, mas vejo que a internet está sendo muito bem usada pelos irmãos de fé e de razão. Vou colocar um link no Equipando os Santos agora.
Abraço fraterno!
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