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sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A Existência de Deus 4



É difícil a um homem natural aceitar a existência de algo que não pode ver, tocar ou sentir. Mas para o cristão, o problema é resolvido no primeiro versículo da Bíblia: "No princípio, Deus criou céus e terra". A Bíblia não é um livro que tenta provar a Sua existência: ela pressupõe isto como verdade. Nenhum escritor bíblico tenta provar nada neste sentido. O que ela em geral faz é dizer claramente que quem não acredita em Deus é um tolo. (Sl 14.1).

A maior prova da Sua existência, para nós cristãos, é que mantemos um relacionamento diário com Ele através da oração, e Ele responde aos nossos corações, embora de forma silenciosa.

Para o homem natural, não é possível aceitar a Bíblia como Palavra inspirada. Dizer que é preciso aceitar a existência de Deus porque a Bíblia assim o declara é falha de raciocínio - pensamento circular. E muitos crentes tentam "empurrar" este "argumento" pra cima dos descrentes, como se eles fossem aceitar. Este é um dos motivos da idéia de que os "crentes" em geral são ignorantes. E é verdade: é uma "argumentação" completamente inútil.

Outro argumento bastante usado é a respeito da natureza e das coisas criadas. Neste caso, a Bíblia declara que foi Deus quem criou tudo o que existe, e criou do nada. Esta é uma prova para o cristão, mas bate de frente com a idéia do evolucionismo, de Charles Darwin e de partidários recentes, como o biólogo inglês Richard Dawkins. Enquanto os cristãos afirmam que a criação é bela, bem desenhada e que clama por um projetista inteligente, no caso Deus, os evolucionistas, na sua maioria, vêem as coisas existentes de forma bela, sim, bem "desenhada", mas que não existe um projetista, inteligente ou não. Tudo seria fruto de um "acaso inicial" e a seguir, este "acaso" estaria em constante luta pela sua manutenção, melhorando sua "máquina da sobrevivência" passo-a-passo num longo período de tempo, até chegarmos ao ponto atual. Tudo é bem desenhado não por causa de que um projeto inicial que dizia que assim tinha de ser, mas como resultado da adaptação/seleção das "máquinas de sobrevivência" mais preparadas. Resumindo, "o mundo nos tornou o que somos hoje". A Teoria da Evolução tem alguma lógica, senão não seria aceita por tanto tempo; os cientistas não aceitam a teoria só porque ela é uma opção contra o criacionismo. Embora ela não explique tudo, os que defendem esta visão acreditam que "vão chegar lá". A idéia é ir reduzindo, simplificando, separando tudo em partes cada vez menores. O que eles vão encontrar eles não sabem ainda.

Enquanto os cristãos crêem que Deus é o autor, o evolucionismo "prega" que algum tipo de acaso, misturado com mutações providenciais e seleção natural, foi que desencadeou o que vemos hoje, inclusive a nossa própria existência. E eles nem falam nada de que o homem veio do macaco (como é comum muitos desinformados cristãos pensarem que a evolução trata), mas de um ancestral comum. O problema é que os evolucionistas jogam a responsabilidade ao "acaso" e ao tempo (milhões de anos). Isto não responde muita coisa, mas coloca tudo em um "ponto cego" e inverificável. Interessante é que eles acusam os cristãos de fazerem a mesma coisa! Uma diferença é que o que falam é apenas uma teoria para eles, enquanto o que nós cremos, para nós é fato.

Há, também, o argumento da consciência (Rm 2.15). Diz este argumento que temos "impresso" em nossas mentes, de alguma forma, a idéia do que é certo e errado, e a idéia da existência de um Ser superior. Até em tribos indígenas, intocadas anteriormente por outras culturas, há a concepção de algum tipo de deus. É claro que os não-crentes dizem que as suas consciências não falam nada acerca da existência de Deus ou deuses. Quanto a esta afirmação, não há o porquê querer discutir sobre o que o outro pensa. Como se diz, "o pior cego e o que não quer ver". É uma "prova" contundente, mas se a pessoa nega a existência de Deus, porque razão ela teria qualquer motivo pra te falar a verdade? E além do mais, ela pode estar sendo sincera. Já está com a mente cauterizada, conforme diz Paulo em 1 Tm 4.2, pois ouviu a Verdade e a rejeitou. Obviamente, há também o argumento sociológico, que diz que o ambiente "implanta" tais idéias nos grupos sociais. Até certo ponto é verdade. Neste caso, a pergunta a ser feita é: quem definiu, inicialmente, o que é bom e o que é mau?

Se Deus criou todas as coisas, quem criou Deus? Para o cristão, é simples: Deus não vive no tempo, visto que Ele o criou. Deus não existe, Ele É. Há milhares de anos, Deus já nos disse: Eu sou O QUE SOU. (Ex. 3.14). Nós, humanos e todas as outras coisas deste mundo estamos invariavelmente dentro da linha do tempo. Começamos em algum ponto e terminamos em outro. Primeiro a causa, depois a conseqüência. Então, ninguém criou Deus. Para os não-cristãos, é necessário reduzir, reduzir, reduzir tudo, até achar a menor partícula. Mas aí fica a pergunta: Como esta particula surgiu? De onde ela veio? Não se tem a resposta para esta pergunta, mas um dia eles terão.

Em resumo, o que eu quero deixar claro é que não adianta argumentar usando a Bíblia com alguém que não a aceita. É preciso raciocinar direito; ter a consciência de que Deus não precisa e nem pode ser provado do mesmo modo que as coisas físicas. Deus quer que acreditemos nEle por fé. Mas, ao contrário do que muitos dizem, a fé e a ciência não estão em lados opostos. São complementares: uma explica coisas espirituais e invisíveis; a outra explica fenômenos físicos e vísiveis. Mas, mudando o que tem de ser mudado, ambos são experimentáveis e comprováveis. Mas o homem natural não pode compreender as coisas espirituais, porque elas elas são compreensíveis apenas espiritualmente, como bem disse Paulo, na 1ª carta aos Coríntios.

comment 4 comentário(s):

Anônimo disse...

acaso
do Lat. a casu
s. m.,
sucesso imprevisto;
eventualidade;

E o que ocasionou o acaso - que é um efeito??? Que coisa, hein !!! Todo efeito precisa de uma causa, não é mesmo??? Princípio da Causalidade.

Leandro Teixeira disse...

Anônimo:

Não é neste sentido que os "defensores do acaso" se expressam. Acaso, para estes, é a falta de causalidade objetiva, a manifestação de efeitos sem nenhuma causa necessária para eles. É bastante óbvio que nós, às vezes, dizemos "puxa, que acaso!", na verdade querendo dizer isto: "que eventualidade!". Isto acontece, por exemplo, quando encontramos uma pessoa conhecida numa cidade estranha. Mas ambas as pessoas estão lá por uma causa bem específica, não estão lá sem nenhuma causa. Então, a palavra "acaso" vem simplesmente a representar a excepcionalidade de um determinado evento, e não indicar a ausência de causas para algo, como os "defensores do acaso" propalam.

Anônimo disse...

É, Leandro, vc tem razão. Eu me precipitei ao postar aquele meu comentário.
Há uma frase do R.C. Sproul sobre o acaso que é bem simples e interessante: "O acaso não tem o poder de fazer nada. Ele é cósmica, total e completamente impotente."
Vlw, Leandro!!! Deus o abençoe !!!
Fernando Jatobá

Leandro Teixeira disse...

É exatamente isto, Fernando!
O "acaso" é impotente, como o "nada" também o é.

Deus te abençõe e volte sempre!

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